O crescimento acelerado dos veículos tipo SUV está a tornar-se num problema de saúde pública cada vez maior. Estes modelos, que antes eram uma tendência de nicho, agora representam cerca de 50% das vendas de automóveis novos em todo o mundo.

Veículos tipo SUV já são um problema sanitário! Qual a razão?

Os SUV distinguem-se por um chassis elevado, maior largura, altura…

De acordo com as informações, só no Reino Unido, passaram de 12% das matrículas em 2010 para 63% em 2024.

Este incremento significativo deixou de ser apenas uma moda automóvel para fazer tocar os “alarmes” entre especialistas em saúde.

Num artigo publicado na revista The BMJ, especialistas da Escola de Saúde Pública do Imperial College London exigem intervenções urgentes, incluindo regulação do design automóvel, tributação diferenciada, e tarifas de estacionamento adaptadas, para limitar os danos que os gigantes do asfalto estão a causar.

Os SUV distinguem-se por um chassis elevado, maior largura, altura e peso em relação a carros tradicionais. Segundo a investigação, esta “expansão do automóvel” exacerba riscos para peões e ciclistas: um estudo recente mostra que, em caso de atropelamento por um SUV ou veículo de tamanho equivalente, a probabilidade de morte é 44% superior para adultos e 82% para crianças face a um carro convencional.

Veículos tipo SUV já são um problema sanitário! Qual a razão?

O design destes veículos agrava ainda mais o problema: capôs altos e visibilidade reduzida dificultam a perceção de peões — no exemplo citado, o condutor médio de um Land Rover Defender não conseguiria ver uma criança de 4 anos em pé mesmo à sua frente. Entre 2010 e 2024, a altura média do capô dos carros novos na Europa passou de 77 cm para 84 cm; a largura também aumentou.

Além disso, os SUV limitam a mobilidade segura de ciclistas e utilizadores de veículos ligeiros de duas rodas, enquanto contribuem negativamente para os objetivos climáticos e de qualidade do ar, pois consomem mais matérias-primas, emitem mais carbono e geram mais partículas finas devido ao peso e desgaste dos pneus e das vias. Estas partículas penetram profundamente nos pulmões e no sistema circulatório, aumentando o risco de doenças crónicas e morte prematura.

Para contrariar esta tendência, os autores da análise propõem medidas como tarifas de estacionamento mais elevadas para veículos grandes em zonas urbanas, impostos mais favoráveis à compra de automóveis compactos, e a obrigação de apresentar as dimensões do veículo no certificado de matrícula para aumentar a consciencialização.

Também sugerem que os programas independentes de segurança automóvel introduzam um “teste de visibilidade infantil” que incentive fabricantes a reduzir a altura dos capôs, bem como que os reguladores imponham limites à largura e altura dos novos modelos.