A agência Lusa foi confrontada esta segunda-feira com uma nota à comunicação social da candidatura a presidente de Henrique Gouveia e Melo, que denuncia de “falsa” a notícia com o título “Presidenciais: Gouveia e Melo revela que foi tentativa de Marcelo para o travar que o levou a candidatar-se”, divulgada no passado domingo sobre o momento em que decidiu avançar com a sua candidatura a Belém.”A notícia “é falsa e enferma de uma falta de rigor inaceitável, razão pela qual se exige a reposição da verdade dos factos”, sustenta a nota.


“O almirante Henrique Gouveia e Melo não se refere, em momento algum, durante a entrevista” para o livro “As Razões” como “tendo sido o presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, ou qualquer declaração sua, a motivação para se candidatar à Presidência da República, conforme pode ser facilmente comprovado nas páginas 123, 124 e 125 do referido livro”, refere.


Agência Lusa “rejeita e repudia”


Em resposta às acusações de manipulação e desinformação, a Direção de Informação da agência Lusa rejeitou e repudiou as “acusações de que a notícia em causa A candidatura de Gouveia e Melo solicitou a
publicação de um esclarecimento da Lusa, observando de que “na política e
no jornalismo não pode valer tudo”.seja falsa e, muito menos, que a agência contribua para a desinformação e tenha manipulado declarações de Henrique Gouveia e Melo, como refere a candidatura”. 


Num comunicado intitulado “A Lusa mantém a sua notícia: “Gouveia e Melo revela que foi tentativa de Marcelo para o trabar que o levou a candidatar-se”, a Direção de Informação conclui que “como bem diz na sua nota a candidatura de Gouveia e Melo, “na política não pode valer tudo”. 


O polémico artigo em causa 

A agência Lusa noticiou no domingo que Gouveia e Melo revelou ter decidido avançar para a corrida à Presidência ao ler, no jornal Expresso, que Marcelo Rebelo de Sousa tencionava travar a candidatura do almirante por via da recondução como chefe do Estado-Maior da Armada. Em questão, o artigo Almirante quer mais dois submarinos para ficar na Armada e desistir de Belém.“Gouveia e Melo diz expressamente foi um artigo publicado no Expresso, a 3 de outubro de 2024, que o levou a “definir o rumo”, ou seja, avançar a candidatura”, segundo a nota da Lusa.


“Foi esse artigo que me fez definir o rumo. Porque quando o li, fiquei mesmo danado”, citou a Lusa, a partir do livro “Gouveia e Melo – As Razões”, resultante de uma entrevista conduzida pela jornalista Valentina Marcelino, diretora adjunta do Diário de Notícias.


A obra chega à livrarias na próxima quinta-feira, antes de ser apresentado a 24 de novembro. 


Gouveia e Melo quer fazer a diferença


Segundo a candidatura de Gouveia e Melo, a decisão de concorrer a Belém foi “ter percebido que o presidente da República e o Governo não estavam verdadeiramente interessados em nada da defesa e, portanto, não teria oportunidade de fazer a diferença enquanto CEMA”, chefe do Estado-Maior da Armada. 

“A candidatura à Presidência da República foi motivada, sobretudo, pela vontade de continuar a servir Portugal de forma ativa e a contribuir para os destinos do País, perante um cenário de instabilidade política a nível nacional e de incerteza internacional“.