Já falei em outras ocasiões que costumo preferir consoles para jogar e computadores só para trabalhar. No entanto, o Alienware Aurora R16 parece ter mudado algo em mim. O computador gamer montado no Brasil é parrudo e funciona tão bem que eu nem tinha que me preocupar com “coisas de PC”. “Será que roda?” nunca passou pela minha cabeça, já que ele rodou tudo que testei no Ultra ou quase isso. Equipado com os processadores Intel Core Ultra de última geração e a recém-lançada placa NVIDIA GeForce RTX 5070, o desktop da Dell entrega uma experiência de elite que, pasmem, nem o Windows consegue atrapalhar.
Fabricado em Hortolândia (SP), o Aurora R16 representa uma virada importante para quem busca uma máquina poderosa, moderna e com garantia e suporte direto no Brasil. Ele é pensado para ser o PC definitivo de quem quer abrir a caixa e começar a jogar — sem se preocupar com upgrades, BIOS, incompatibilidades ou configurações misteriosas. E isso é algo que, para mim, conta muito.
Desempenho fantástico
Nos testes realizados com o NovaBench, o Aurora R16 cravou uma pontuação total de 5907 — um número que o coloca acima de 99% de todos os sistemas testados. O processador Intel Core Ultra 9 285K, rodando a 5,29 GHz, sozinho garantiu 3627 pontos. Com 4006 GFLOPS em instruções SIMD e 1925 GFLOPS em cálculos escalares, ele é uma verdadeira usina de força.
E não para por aí. O desempenho em tarefas variadas, como compressão (1500 MB/s) e criptografia (mais de 98 mil MH/s), mostra que o Aurora não é só bom em games, mas também está pronto para criação de conteúdo, modelagem 3D, simulações e qualquer outro uso profissional mais exigente.
O desempenho gráfico também não decepciona. A RTX 5070 entrega 250 FPS no teste Direct3D 11 e incríveis 34.424 GFLOPS em cálculos paralelos, além de taxas de transferência de memória absurdas, como 529 GB/s dentro da GPU. Essa placa é capaz de lidar com jogos em 4K com ray tracing ativado e ainda sobra potência para tarefas de inteligência artificial (temos que falar disso, né) ou edição de vídeo em 8K.
Nos testes, jogamos Cyberpunk 2077, God of War Ragnarok, Forza Horizon 4 e Marvel’s Spider-Man 2. Todos funcionaram em suas configurações mais pesadas — sem nenhum engasgo. Os testes foram feitos, inclusive, com um monitor Ultra Wide para testar diferentes configurações e todos mantiveram a qualidade absurda nos games. Ficou claro que o Aurora R16 vai aguentar os melhores games por muito tempo.
Memória, armazenamento e energia para tudo isso
Com 32 GB de RAM DDR5, o Aurora bate 15.477 MB/s de velocidade de transferência, com latência de 122 ns — números excelentes para garantir fluidez mesmo em multitarefas pesadas. O SSD NVMe de 1TB, apesar de muito rápido na leitura sequencial (3.736 MB/s), decepciona um pouco na escrita sequencial, com apenas 118 MB/s. Isso provavelmente é resultado de uma configuração específica do modelo testado e pode variar conforme a versão comprada. Ainda assim, para o uso gamer e cotidiano, ele passa longe de ser um gargalo.
Outro destaque vai para a eficiência energética. O sistema entrega 92% de eficiência no salto do modo ocioso para o pico de uso do processador, e 95% no caso da GPU. Isso significa menos desperdício de energia e menos calor — algo fundamental em um desktop potente como esse. A eficiência de 17 GFLOPS/Watt na CPU e impressionantes 176 GFLOPS/Watt na GPU mostram um projeto bem equilibrado entre desempenho e consumo.
Mesmo rodando em modo intenso (~476W), o Aurora consome cerca de R$ 59,13 por mês em energia (considerando custo de US$ 0,17 por kWh). Em modo misto, o valor cai para R$ 31,54. Já em modo ocioso, o gasto mensal é de apenas R$ 3,96. Para tudo que ele entrega, na qualidade que ele entrega, a conta está barata.
Design (um pouco menos) Alienware
O novo design do R16 é… diferente. Mas não exatamente “diferente Alienware”. O modelo anterior parecia uma máquina vinda de outro mundo, mas o R16, por mais que tenha a assinatura alienígena da marca, com chassi translúcido em todas as versões e iluminação AlienFX com controle completo via software, o desktop é mais “normal” do que o Aurora R15. Por outro lado, ele é 40% mais compacto que o R15 e ainda assim 20% mais silencioso, graças a um novo sistema de resfriamento com quatro ventoinhas de 120mm e um radiador de 240mm com refrigeração líquida de fábrica — algo ainda raro mesmo em PCs premium (principalmente nos fabricados por aqui).
Se ele não é tão chamativo, ele é muito mais eficiente: o design térmico também foi aprimorado, com entrada de ar 54% maior e saída superior 59% maior do que na geração anterior. O resultado? Temperatura até 10% menor no processador e 6% na GPU, mesmo sob carga.
Made in Brazil
Vamos ao único porém: o preço. A configuração testada gira em torno de R$ 18 mil — um valor alto, especialmente se comparado a consoles como o PS5 ou o Xbox Series X. Mas é importante lembrar que esse investimento também tem retorno: a vida útil do sistema é significativamente maior que a de um console, os jogos custam menos (especialmente em plataformas como Steam e Epic), e você não precisa pagar mensalidade para jogar online.
A fabricação no Brasil faz com que o Aurora R16 tenha impostos reduzidos (mas não que ele fique barato), porém também garante suporte técnico e garantia local com a expertise da Dell. Em vez de depender de importações demoradas ou lojas terceirizadas, o consumidor tem acesso a uma rede de atendimento nacional e confiável. Para quem investe toda essa grana em um desktop gamer, esse é um diferencial importante.
Além disso, o Aurora é mais do que um videogame: é também uma estação de trabalho, um estúdio de edição e um equipamento para criação de conteúdo de alto nível. No final das contas, ele custa caro, sim — mas entrega muito mais do que qualquer console poderia sonhar em oferecer — e por muito mais tempo.
O Alienware Aurora R16 é um dos melhores desktops gamers já lançados no Brasil. Fabricado no Brasil, poderoso, silencioso, eficiente, ele oferece desempenho de sobra para anos de uso intenso — tanto para games quanto para trabalho pesado. Se você pode bancar o investimento, é difícil encontrar um “mas” real. Nem o design mais ponderado, nem o Windows, com suas atualizações inoportunas e ajustes automáticos irritantes, consegue estragar o que esse desktop entrega. Este é o PC que me convenceu que não preciso de um console na próxima geração. E isso, por si só, já é um baita elogio.