O calçado português volta a estar sob os holofotes internacionais, desta vez na Web Summit, em Lisboa. A APICCAPS e o Centro Tecnológico do Calçado de Portugal levam ao maior evento tecnológico do mundo a visão de um setor que combina tradição e inovação, sustentabilidade e tecnologia. A mensagem é clara: o futuro da moda responsável está a ser desenhado em Portugal.

A presença na conferência coincide com a apresentação pública do projeto FAIST – Fábrica Ágil, Inteligente, Sustentável e Tecnológica, um dos maiores investimentos de sempre da indústria portuguesa do calçado. Financiado pelo PRR, o FAIST mobiliza mais de 50 milhões de euros em automação, robótica e soluções sustentáveis, com o objetivo de posicionar Portugal entre as bases industriais mais modernas e competitivas do mundo.

“É tempo de discutir seriamente o papel de Portugal na nova geografia da produção mundial de calçado”, defende Paulo Gonçalves, da APICCAPS, em comunicado. “Temos condições únicas para sermos uma alternativa europeia credível, moderna e competitiva à produção massificada asiática. A nossa competitividade não se constrói com baixos custos, mas com talento, conhecimento e valor acrescentado.”

O responsável sublinha que o setor está atualmente a realizar um investimento global superior a 100 milhões de euros — o maior da sua história — em áreas como automação, sustentabilidade e robótica.

O FAIST é o reflexo dessa ambição de transformação. Ao apostar em fábricas mais ágeis e inteligentes, processos digitalizados e práticas de produção sustentáveis, o projeto pretende redefinir o conceito de indústria de calçado promovendo um modelo assente na eficiência, criatividade e responsabilidade ambiental.

“Portugal é hoje um exemplo de que é possível produzir calçado de excelência, respeitando o ambiente, valorizando as pessoas e investindo em tecnologia”, destaca Florbela Silva, responsável pelo projeto FAIST. “Estamos prontos para liderar este novo ciclo industrial.”

Com o olhar voltado para o futuro, o setor do calçado português quer provar que inovação, sustentabilidade e competitividade podem caminhar lado a lado e que Lisboa é o lugar certo para anunciar essa nova era.