A divulgação de vídeos pelo Hamas com reféns israelitas motivou fortes condenações de vários líderes do Ocidente. O Presidente francês, Emmanuel Macron, foi o mais vocal e criticou a “crueldade abjeta” dos dirigentes do grupo islâmico e censurou as “imagens intoleráveis dos reféns israelitas em Gaza”. Já o primeiro-ministro israelita, comparou os vídeos “aos crimes nazis”. Em Portugal, o Ministério dos Negócios Estrangeiros condenou a “manipulação cruel do sofrimento”.

O chefe do executivo de Israel adiantou no X, este domingo, que falou com a delegação da Cruz Vermelha na região e pediu o envolvimento imediato da organização “para providenciar comida aos reféns e também providenciar-lhes tratamento médico”. O líder do executivo israelita frisou que o “mundo não pode ficar indiferente às imagens chocantes que são reminiscentes dos crimes nazis”.

Numa publicação no X, Emmanuel Macron declarou que uma das prioridades de França continua a ser a libertação dos reféns, tal como um cessar-fogo e a “entrega massiva de ajuda humanitária, que continua bloqueada nas fronteiras de Gaza”. O Presidente francês voltou a insistir também no reconhecimento do Estado Palestiniano.

O líder de França reiterou que defende uma “solução política” com dois Estados: “Israel e Palestina a viver lado a lado em paz”. “Será o único caminho possível para um futuro onde a justiça, segurança e dignidade estão garantidas para todos os povos da região”.

Emmanuel Macron frisou, no entanto, que, “nesta visão política”, França vai continuar a defender a “total desmilitarização do Hamas”, a exclusão do grupo de “qualquer forma de governação” e o reconhecimento de Israel pelo estado da Palestina.

Por sua vez, David Lammy, ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido (país que também poderá reconhecer o Estado Palestiniano em setembro), criticou no X os vídeos “doentios” publicados pelo Hamas. “Todos os reféns devem ser imediatamente libertados. O Hamas deve desarmar-se e não ter controlo sobre Gaza.”

A Alta Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas, condenou no X os vídeos divulgados pelo Hamas. “As imagens dos reféns israelitas são aterradoras e demonstram a barbárie do Hamas. Todos os reféns devem ser libertados imediata e incondicionalmente”, escreveu a dirigente comunitária nas redes sociais.

Também o Ministério dos Negócios Estrangeiros português, liderado pelo ministro Paulo Rangel, criticou “a manipulação cruel do sofrimento, agravada por imagens chocantes e indignas”, que “é terrorismo extremo”. “Como resulta da declaração de Nova Iorque, o Hamas tem de ser desarmado e afastado de Gaza. A ajuda humanitária é urgente.”

“Um esqueleto vivo.” Hamas divulga vídeo com refém a cavar a própria sepultura