Mário Ferreira e Lusiaves foram a jogo no aumento de capital da Savannah. Companhia conta agora com 26 milhões para próximas fases de investimento. Aumento das reservas coloca empresa entre os “maiores projetos do mundo” do setor mineiro do lítio nos projetos até 100 toneladas de recurso confirmado.

A Savannah disse que o seu projeto mineiro em Boticas, Vila Real, já é dos “maiores do mundo” comparando com projetos até 100 milhões de toneladas de recursos.

“Estamos a olhar para um dos maiores projetos do mundo. É muito importante. É importante para a região porque permite viver deste projeto durante muitas décadas, mas também permite servir melhor a transição energética na Europa e no mundo ao fornecer espumodena de elevada qualidade a preços competitivos”, disse o presidente-executivo da mineira britânica na segunda-feira, apontando que o projeto é o 12º maior do mundo em termos de reservas.

Entre os projetos com recursos até 100 milhões de toneladas, o projeto da mina do Barroso situa-se na 11ª posição, com 39 milhões de toneladas. O maior do mundo é o projeto NAL, localizado no Quebec, Canadá, com 100 milhões de toneladas de recurso confirmado, seguido do Adina com 78 milhões de toneladas também na província canadiana do Quebec, e o projeto PAK/Spark também no Canadá, mas na província do Ontário, com 70 milhões de toneladas.

Sobre a compra da concessão mineira Aldeia, Emanuel Proença considera que a “aquisição permite um reforço direito da qualidade”, com recurso “quase à superfície”. “O maior depósito de lítio da Europa acabou de ficar maior”, afirmou.

O gestor voltou a falar sobre o aumento recente das reservas, anunciado em setembro. O recurso JORC* (recurso confirmado) aumentou em 40%, situando-se agora nos 39 milhões de toneladas. “Tal confirma que há significativamente mais lítio na mesma área de concessão do projeto já definida”, disse a empresa em setembro. Já o recurso adicional estimado para exploração (Objetivo de Exploração) aumentou em 200%, para entre 35 e 62 milhões de toneladas.

A companhia anunciou o mês passado que existe o potencial total do projeto “poder vir a superar 100 milhões de toneladas de mineralização de lítio ao longo dos anos, suficiente para a produção de 47 milhões de veículos elétricos – o equivalente a eliminar o consumo de petróleo de toda a frota automóvel a circular nos dias de hoje no conjunto de Portugal, França e Países Baixos”.

Os principais investidores portugueses da Savannah foram a jogo no aumento de capital da dona do projeto de lítio em Boticas, Vila Real.

A companhia realizou um aumento de capital no valor de 12 milhões de dólares para comprar uma nova concessão mineira (Aldeia) na região e continuar a desenvolver o projeto.

A Pluris de Mário Ferreira e a Lusiaves mantiveram as suas participações de 10% cada no capital da mineira britânica. A principal acionista, a alemã AMG, também manteve a sua participação de quase 16%, enquanto a  Al Marjan, um fundo privado de investimento de Omã, viu a posição recuar mais de 1 ponto para 11,1%.

“Este é um bom sinal, foi um bom reforço. Estamos mais perto da fase para entregar o projeto. Este é um bom resultado”, disse na segunda-feira o presidente-executivo da Savannah, Emanuel Proença, destacando que o peso de outros investidores institucionais também aumentou de 6,5% para 11,5%.

Apesar de não revelar nomes, adiantou que são empresas da fileira de baterias e de minerais críticos, mas também fundos que investem no setor mineiro, incluindo dois investidores de Espanha, com um dos maiores investidores nesta ronda a ser um fundo português, que espera anunciar em breve.

“Atingimos uma posição forte de cash”, afirmou, apontando para os 26 milhões de dólares que a companhia tem agora no bolso.