A Bélgica conta com a ajuda de forças armadas estrangeiras para apreender ou localizar os drones que têm sobrevoado regiões próximas dos seus aeroportos, bases militares e de uma central nuclear. Apesar de não haver certezas, as autoridades belgas afirmam que todos os indícios apontam para interferência russa.
Equipas de segurança anti-drone francesas, alemãs e britânicas estão já na Bélgica. Cerca de 20 especialistas da Royal Air Force britânica foram destacados com sistemas capazes de bloquear os sinais electrónicos de que os drones necessitam para operar.
Avistamentos de drones obrigaram as autoridades a encerrar o Aeroporto de Bruxelas, o mais movimentado da Bélgica, durante várias horas na passada terça-feira, 4 de Novembro – um dos vários incidentes recentes que também causaram breves encerramentos no aeroporto de Liège e perturbaram uma base aérea.
“Não estamos a dizer que é a Rússia. Estamos a dizer que parece ser a Rússia. É impossível ligar qualquer incidente a um actor específico. Não temos nada”, disse um responsável belga, sob anonimato por não estar autorizado a falar oficialmente.
“Estamos a trabalhar com parceiros para tentar apreender um drone, ou detectar de onde é lançado e para onde se dirige”, acrescenta.
A Rússia negou qualquer envolvimento com os drones. A sua embaixada em Bruxelas afirmou, em comunicado divulgado na semana passada, que “não tem nem motivo, nem interesse em tais actividades”.
O ministro da Defesa da Bélgica, Theo Francken, disse na semana passada ao jornal belga Het Laatste Nieuws que se supunha que a Rússia estava por detrás das incursões. Porém, não lhe era possível corroborar a suspeição, revelou.
A Bélgica estava, segundo Francken, sob vigilância apertada devido aos activos russos congelados no depositário de títulos Euroclear, com sede em Bruxelas. A União Europeia propôs utilizar esses fundos para financiar a Ucrânia. A Rússia ameaçou dar uma “resposta dolorosa” se isso acontecer.
“Não sabemos, e os belgas ainda não sabem, a origem desses drones, mas iremos ajudá-los fornecendo o nosso equipamento e capacidade”, disse Richard Knighton, chefe das forças armadas britânicas, à BBC.
Em alguns casos, os drones observados eram grandes e voavam em formação, o que significa que provavelmente eram operados por especialistas treinados, afirmou o responsável belga.
Na sexta-feira, 7, o governo da Bélgica deu também autorização provisória para gastar 50 milhões de euros em sistemas de detecção e neutralização de drones, embora ainda não esteja claro quando esse equipamento estará operacional.