O Serviço Federal de Segurança da Federação Russa (FSB) comunicou nesta terça-feira que frustrou um alegado plano da Ucrânia e do Reino Unido que tinha como objectivo furtar um avião de guerra russo, equipado com um míssil hipersónico, e conduzi-lo até uma base aérea da NATO, na Roménia, para “levar a cabo uma provocação em grande escala”.

Citado pela agência noticiosa russa RIA, o gabinete de imprensa do FSB diz que os serviços secretos ucranianos, com “supervisão” dos britânicos, “tentaram recrutar pilotos russos, oferecendo-lhes três milhões de dólares” (cerca de 2,6 milhões de euros), para “sequestrarem um caça supersónico russo MiG-31, equipado com um míssil hipersónico Kinzhal, e levarem-no para o estrangeiro”.

“Os serviços secretos [ucranianos] planeavam, então, enviar o caça com o míssil Kinzhal para a área onde se localiza a maior base aérea da NATO, no Sudeste da Europa, na cidade romena de Constança, onde poderia ser abatido pelas suas defesas aéreas”, denuncia o FSB, assegurando que “as medidas tomadas” pelas secretas russas “frustraram os planos”.


Segundo a Reuters, a agência russa sucessora do KGB soviético partilhou com a televisão estatal RTR imagens de um homem que diz que trabalhava para os serviços secretos ucranianos e britânicos, e que enviou mensagens a um piloto russo a oferecer-lhe três milhões de dólares e cidadania de um país europeu.

Londres e Kiev não reagiram às acusações dos serviços secretos russos.

No final de Setembro, na sequência do abate de drones russos pela Polónia e após nova incursão de caças russos no espaço aéreo da Estónia, Mark Rutte, secretário-geral da NATO, assegurou que, “se necessário”, a Aliança Atlântica “não hesitará” em abater aviões de guerra da Rússia nos seus céus.

Donald Trump, Presidente dos Estados Unidos, também respondeu afirmativamente a essa possibilidade, depois de um encontro, também nesse mês, com Volodymyr Zelensky, Presidente da Ucrânia.

A posição da NATO e da União Europeia tem sido, porém, a de que é a Federação Russa que está a “provocar” os países europeus com incursões de caças nos seus espaços aéreos, responsabilizando Moscovo pela escalada da tensão no continente.

Esta terça-feira, o Ministério da Defesa da Roménia, Estado-membro da NATO e vizinho da Ucrânia, disse ter encontrado fragmentos de drones russos no seu território, em Grindu, no Sudeste do país, que ali terão ido parar na sequência do ataque nocturno que a Força Aérea da Rússia levou a cabo contra portos ucranianos no rio Danúbio.

As Forças Armadas ucranianas disseram que um ataque russo ocorrido durante a madrugada na região de Odessa atingiu e danificou infra-estrutura energética e de transportes.

Por outro lado, afirmaram que atingiram a refinaria russa de Saratov, perto da fronteira com o Cazaquistão e um terminal marítimo petrolífero na península ucraniana da Crimeia, ocupada pela Rússia desde 2014.