Özkaya, empresário do ramo de aluguer de automóveis, preside ao Eyupspor desde 2019, quando o clube ainda disputava a terceira divisão. O clube subiu esta época pela primeira vez a principal divisão do campeonato, na qual segue na penúltima posição (oito pontos em 12 jornadas).

Além do dirigente, a acusação pedia a prisão preventiva para 17 árbitros e o jornalista Umut Eken, este acusado de “divulgar informações enganosas publicamente”, sendo que 11 suspeitos ficaram livres da cadeia, mas obrigados a cumprir penas acessórias.

Este caso já resultou em sanções contra 149 árbitros e na renúncia de 45 delegados de jogo da Superliga da Turquia, e as condenações representam a primeira intervenção judicial no escândalo de apostas que envolve profissionais do futebol turco, particularmente árbitros.

A Federação Turca de Futebol (TFF) prometeu erradicar o fenómeno pela raiz, esclarecendo que não há evidências de que uma organização específica de apostas tenha influenciado os resultados e que a maioria dos árbitros investigados perdeu dinheiro com apostas.

A decisão judicial admite a possibilidade de que os árbitros, além das apostas, tenham tentado influenciar os resultados das partidas.

Em 31 de outubro, a TFF suspendeu 149 árbitros, acusados de apostarem em jogos e assim violarem a proibição de o fazer.

“A arbitragem é uma profissão de honra. Quem manchar essa honra (…) nunca mais participará no futebol turco”, vincou o presidente do organismo, Ibrahim Haciosmanoglu.

Quatro dias antes, o futebol turco ficou em choque com as conclusões de uma investigação da federação, que envolveu 571 árbitros das ligas profissionais, e da qual resultou que 371 possuem contas em plataformas de apostas desportivas, sendo que 152 apostam ativamente.

As suspensões aos 149 árbitros punidos variam entre os oito e os 12 meses, detalhou a federação, acrescentando que continuam em curso investigações sobre mais três elementos.

O organismo especificou que 22 dos implicados (sete árbitros principais e 15 assistentes) atuam na primeira divisão.

Do grupo visado, 10 dos profissionais identificados fizeram mais de 10 mil apostas, sendo que o mais ativo realizou um total de 18.227 apostas.

No mesmo relatório, refere-se que 42 árbitros apostaram, cada um, em mais de mil jogos.

A federação turca ainda não especificou, no entanto, se algum dos suspensos é suspeito de ter apostado em desafios por si dirigidos, infração ainda mais grave e com molduras penais mais fortes.