O Honda CR-X é um pequeno desportivo, com base no modelo Civic, lançado no mercado japonês em 1983, como Honda Ballade Sports CR-X, sendo que o Ballade era o nome dado ao Civic de quatro portas naquele mercado. Apesar de haver várias teorias para o significado das siglas CRX, a mais coerente é que signifique Civic Renaissance eXperimental.

A primeira geração do CR-X, que esteve em produção até 1987, tinha as suas versões de topo Si no mercado japonês ou a versão 1.6i-16 na Europa, equipados com o motor D16 de 1,6 litros de cilindrada com 137cv no mercado doméstico, e com o motor ZC1 de 125cv no europeu. Os CR-X desta primeira geração são os mais raros, principalmente no nosso mercado, onde não foram vendidos de forma oficial. Nos EUA, o CR-X estava disponível inicialmente com o motor CVCC de 1,3L de cilindrada ou o mais potente de 1,5L, acoplados a uma caixa manual de cinco velocidades ou uma automática de três velocidades.

Numa altura em que as revistas da especialidade, neste caso as de automóveis, tinham um grande peso na publicidade de novos modelos, foi decidido fazer algo completamente diferente para impulsionar as vendas do CR-X no mercado norte americano. E, quando se juntam nomes como Car and Driver, Mugen e Racing Beat ao Honda CR-X só podia nascer algo completamente diferente.

A Racing Beat é uma empresa americana especialista em modelos da Mazda, com especial foco nos que são equipados com motores rotativos Wankel. Foi fundada por Jim Mederer e Takayuki Oku, em 1972 e, mesmo não estando habituados a trabalhar com automóveis Honda, aceitaram o desafio de criar um CR-X “fora da caixa” como projecto para a Car and Driver, com o suporte da Honda americana.

Como a ideia era aumentar as performances do Honda CR-X e os motores disponíveis da altura do lançamento não eram propriamente potentes, nasceu a ideia de criar o CR-X2, ou seja, equipado com dois motores, um na frente e outro na traseira.

Foram então montados dois motores de 1,5L de cilindrada, cada um acoplado a uma caixa automática de três velocidades, para uma melhor gestão da potência. Para ser colocado o motor na traseira foi transferido todo o sistema de suspensão da frente, com a excepção da direcção.

O modelo final apareceu pela primeira vez na Car and Driver de Maio de 1985 e parecia um exemplar completamente original, tal a qualidade de construção conseguida. O seu desenvolvimento não ficou por aqui e, posteriormente, foi estudada a hipótese de serem colocados dois motores de 1,8L acoplados a caixas automáticas de quatro velocidades, extraídos do modelo Accord, uma vez que a Honda indicou que durante o transporte houve um acidente e esses exemplares iriam ser desmantelados.

Na edição da Car and Driver de Outubro de 1985 foi apresentada a segunda versão do CR-X2, agora também com o kit completo Mugen CR-X Pro, incluindo os guarda-lamas alargados, umas novas jantes MSW de 15”, amortecedores Koni e bancos Recaro. Foi projectada ainda uma terceira versão, com a implementação de turbos, mas o custo desse modificação iria escalar e o projecto não foi avante.

Para a Car and Driver poder financiar novos projectos, o CR-X2 foi vendido e ficou com paradeiro incerto durante vários anos, estando mesmo duas décadas parado, até ser descoberto em 2022.

No passado dia 29 de Janeiro foi vendido num leilão, levado a cabo na plataforma da Bring a Trailer, sendo vendido por 41.401 dólares, cerca de 36 mil euros. Vai integrar agora o DFW Elite Toy Museum, no Texas.