Por ser uma das empresas mais valiosas do mundo, disputando o pódio com a Apple e a NVIDIA, os despedimentos que a Microsoft tem conduzido, bem como outras decisões estratégicas que tem tomado, podem levantar questões. Numa carta dirigida aos funcionários da empresa, o presidente e diretor-executivo Satya Nadella deu algum contexto.

Satya Nadella, presidente e diretor-executivo da Microsoft

Até agora, apenas em 2025, a Microsoft já demitiu 15.000 pessoas, numa tendência global no setor tecnológico, que tem motivado múltiplos cortes. Segundo o website Laysoff, aliás, a indústria já dispensou mais de 80.000 pessoas.

Em junho de 2024, a Microsoft empregava 228.000 pessoas, mas, apesar dos cortes, o presidente e diretor-executivo da empresa diz que o “quadro de funcionários geral permanece relativamente inalterado”.

Uma vez que a Microsoft é uma das empresas mais valiosas do mundo, os despedimentos levantam questões, às quais Satya Nadella procurou responder, numa carta recente dirigida aos funcionários.

 

Negócios precisam de se adaptar para prosperarem

Conforme começa por escrever, os despedimentos estão entre as decisões mais difíceis que têm de tomar, pois “afetam pessoas com quem trabalhámos, aprendemos e partilhámos inúmeros momentos: os nossos colegas, companheiros de equipa e amigos”.

Microsoft

Reconhecendo “a incerteza e a aparente incongruência dos tempos em que vivemos”, Satya Nadella explica que a Microsoft está a prosperar pelas medidas objetivas que têm sido conduzidas.

Curiosamente, conforme reconhece, ao mesmo tempo que “alguns dos talentos e conhecimentos especializados do nosso setor e da Microsoft estão a ser reconhecidos e recompensados em níveis nunca vistos”, o setor enfrenta demissões.

Este é o enigma do sucesso num setor que não tem valor de concessão. O progresso não é linear. É dinâmico, por vezes dissonante e sempre exigente. Mas é também uma nova oportunidade para moldarmos, liderarmos e termos um impacto maior do que nunca.

Escreve o presidente e diretor-executivo da Microsoft.

Segundo a carta, o sucesso que a empresa quer alcançar será definido pela sua capacidade de passar pelo “difícil processo de desaprender e aprender”.

Isto exige que atendamos às necessidades em constante mudança dos clientes, continuando a manter e expandir os nossos negócios atuais, ao mesmo tempo que criamos categorias com novos modelos de negócios e uma nova função de produção.

Esclarece Satya Nadella, descrevendo este processo como “inerentemente difícil”, e dizendo que “poucas empresas conseguem fazer as duas coisas”.