O Ministério da Defesa da Federação Russa comunicou que foram intercetados, na noite de terça-feira, mais de 20 drones ucranianos em sete regiões do território russo, incluindo perto de Moscovo.

Segundo comunicado oficial na rede social Telegram, oito dos drones foram intercetados e destruídos na região meridional de Rostov, perto da fronteira inimiga, enquanto os outros abates verificaram-se nas zonas de Stavropol (quatro), Oriol (três), Briansk (três), Tula (dois), Kaluga (um) e Moscovo (um). O presidente da Câmara Municipal de Moscovo, Serguei Sobianin, admitiu que esta última aeronave não tripulada tinha mesmo a direção da capital.

Há ainda registo de que um dos drones lançado pelas forças de Kiev provocou um incêndio numa zona industrial na região de Stavropol, denunciou o governador da região no sul da Rússia. No Telegram, Vladimir Vladimirov assegurou ainda que não houve vítimas, sem revelar que instalação industrial foi atingida.

Em virtude dos ataques ucranianos, as estruturas aeroportuárias das cidades Vladikavkaz, Grozni e Kaluga fecharam temporariamente os respetivos espaços aéreos e as operações de voo para garantir a segurança dos mesmos.

Já na terça-feira as Forças Armadas da Ucrânia tinham confirmado ter atacado uma refinaria de petróleo russa na cidade de Orsk, na região de Orenburg.



“Explosões e um incêndio foram observados nas instalações. De acordo com informações preliminares, uma das principais unidades de processamento de petróleo foi atingida”
, lê-se num comunicado.

O objetivo das forças militares da Ucrânia, nos últimos meses, tem sido atingir meios de produção e distribuição de energia e dificultar os reabastecimentos do exército inimigo, `minando` também a capacidade de o país vizinho exportar crude e produtos derivados, importante fonte de financiamento.
Forças russas avançam no leste ucraniano

As forças russas capturaram mais três povoações no distrito de Zaporizhia. Informação avançada pelo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia, na noite de terça-feira.



“A situação deteriorou-se consideravelmente nas direções de Oleksandrivka e Huliaipole, onde o inimigo, aproveitando a sua superioridade numérica em forças e equipamento, avançou e capturou três povoações durante intensos combates”
, publicou Oleksandr Sirsky no Facebook, acrescentando que as forças russas sofreram também “perdas consideráveis”.

Segundo o 7.º Corpo Aerotransportado das Forças Armadas da Ucrânia, o objetivo da Rússia é alcançar a fronteira norte e, posteriormente, tentar cercar a frente de combate.

O responsável não adiantou quais foram as cidades, mas garantiu que “os soldados do Grupo de Forças do Sul estão envolvidos em intensos combates na região de Rivnopillia e Yablukove”.

“Estão a ser implementadas medidas de apoio correspondentes”, acrescentou o comandante-chefe ucraniano. “Com fogo combinado, foram infligidas ao agressor perdas consideráveis. (…) Cada metro do nosso território custa à Rússia centenas de vidas de soldados”.

Antes, as forças ucranianas anunciaram a retirada das suas forças das cidades de Novouspenivske, Nove, Okhotniche, Uspenivka e Novomikolaivka.


Há ainda indicação de que as forças russas aproveitaram as condições meteorológicas adversas, nomeadamente o nevoeiro intenso na região, para intensificarem “com sucesso” os esforços para entrarem na cidade de Pokrovsk. A zona onde se registam os combates, situada no leste da Ucrânia, foi um centro industrial e mineiro e é considerada essencial para as comunicações das forças ucranianas.


As forças russas tentaram, durante um ano, capturar esta cidade e as autoridades ucranianas acreditam que estejam entre 300 a 500 tropas russos na região. De acordo com dados oficiais de Kiev, a cidade de Pokrovsk era habitada por mais de 60 mil habitantes, antes da guerra. Atualmente, estima-se que sete mil civis ainda se encontrem na cidade e periferia de Pokrovsk.



O objetivo da Rússia será cercar Pokrovsk e as cidades vizinhas pelo norte, sul e leste, estrangulando as linhas de abastecimento e expulsando os restantes civis, na mais recente manobra para capturar toda a região de Donetsk.


c/ agências