Após desmontar os carros elétricos das suas concorrentes, o diretor-executivo da Ford, que admitiu ter ficado “muito impressionado”, decidiu reorganizar a estratégia da empresa norte-americana, que não tem conseguido fazer frente às rivais.
Diretor-executivo da Ford desde 2020, Jim Farley é muito vocal relativamente às suas descobertas e estratégias, partilhando quando algo o impressiona ou desilude.
Aliás, segundo o próprio, a sua filosofia assenta em “enfrentar os problemas mais difíceis o mais rápido possível e, às vezes, fazê-lo publicamente, porque assim tu resolve-los mais rapidamente”.
Desta vez, os comentários surgem na sequência de uma prática comum na indústria automóvel. Ao desmontar os veículos dos concorrentes da Ford, Jim Farley percebeu que a empresa teria de mudar de estratégia.
Carros dos concorrentes foram “abre-olhos” para a Ford
O diretor-executivo descobriu que o Mustang Mach-E da Ford tinha cerca de 1,6 km a mais de cablagem, comparativamente a um Tesla Model 3.
Fiquei muito impressionado quando desmontámos o primeiro Tesla Model 3 e começámos a desmontar os veículos chineses. Quando os desmontámos, foi chocante o que descobrimos.
Disse Farley, num episódio do podcast Office Hours: Business Edition.
James Farley, CEO da Ford
Noticiado, pela primeira vez, pela Business Insider, uma vez que o episódio só será publicado esta quarta-feira, o diretor-executivo da Ford revelou ter percebido, através dos carros dos seus concorrentes, que a empresa adicionava peso extra ao carro, num erro que exige uma bateria muito maior e mais cara.
Segundo Farley, as descobertas convenceram a empresa a fazer uma mudança, por forma a responder ao ritmo acelerado a que a indústria compete, atualmente, em particular devido às ofertas aliciantes que chegam da China.
Apesar de, em 2022, Farley ter criado uma divisão chamada Model E, em parte para ajudar a Ford a inovar em veículos elétricos, esta perdeu mais de cinco mil milhões de dólares, em 2024.
No podcast, Farley observou que sabia que mergulhar na inovação em veículos elétricos seria “brutal do ponto de vista comercial”, mas admitiu que “não podemos abandonar os veículos elétricos, não apenas para os Estados Unidos, mas se quisermos ser uma empresa global, não vou simplesmente ceder isso aos chineses”.
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