A Diocese do Porto emitiu um comunicado, esta terça-feira, sobre o evento musical de um grupo neonazi na paróquia de Santa Maria de Silva Escura, na Maia, em que declara e confirma “o absoluto desconhecimento do pároco” sobre a ideologia dos promotores do evento. Em causa, está o concerto do grupo Blood & Honour, de extrema-direita, que teve lugar este fim de semana na pequena igreja da Maia.

Ouvido pelo Expresso, o padre José Augusto Oliveira, da paróquia de Santa Maria de Silva Escura, disse que pensava que se tratava apenas de um concerto do rock sem qualquer pendor político. “Foi assim que eles se apresentaram, que iam dar um concerto de rock. E aconteceu. Pode acontecer a qualquer um mais distraído. Nós estávamos distraídos e aconteceu”, explicou, admitindo que até viu nas notícias o cancelamento pelo colégio Luso-Francês do congresso do movimento supremacista Reconquista.

Colégio católico cancela evento de supremacistas brancos. Grupo mantém encontro no Porto este sábado

O pedido de cedência do espaço da paróquia foi feita por e-mail, precisou José Augusto Oliveira, acrescentando: “A pessoa responsável tratou do assunto e correu tudo conforme é habitual. Eles tiraram as licenças todas e estava tudo direitinho”. “O pároco e a Diocese do Porto” lamentaram depois “profundamente” o sucedido, lê-se no comunicado publicado esta terça-feira.

As paredes exteriores da Igreja de Santa Maria de Silva Escura foram vandalizadas nas últimas horas, avança a agência Ecclesia.

Fundado no Reino Unido e com um ramo em Portugal, o grupo neonazi organiza festivais de música na região do Grande Porto há cerca de dez anos.