Serviço Geológico Britânico alerta para um “evento significativo” que pode ser o maior em 20 anos
O Hemisfério Norte foi iluminado por uma série de auroras boreais e Portugal não foi exceção, num evento que foi apenas a primeira parte de algo maior, e que vai continuar, não havendo certezas sobre a duração do fenómeno.
De acordo com o Serviço Geológico Britânico (BGS), houve uma atualização das previsões para os campos geomagnéticos, prevendo-se o maior nível de intensidade durante uma tempestade solar.
Essa mesma tempestade solar é o que provoca as tais auroras boreais, que foram visíveis nos céus de Portugal durante a última noite.
De acordo com as previsões do BGS, uma segunda tempestade que se alimenta da primeira vai resultar na maior tempestade solar em mais de duas décadas, com os cientistas a acreditarem na possibilidade de ser atingido o nível G5, o máximo na escala de tempestades Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos.
Foi possível ver auroras boreais em várias partes do Hemisfério Norte. Esta imagem é do estado norte-americano do Kansas (Charlie Riedel/AP)
Aquela mesma agência dá conta da possibilidade de uma “tempestade canibal”, havendo a possibilidade de disrupção de comunicações, nomeadamente em relação aos sistemas de rádio, e dos sistemas de GPS.
O BGS sublinha que este aumento da atividade originado pela tempestade solar pode ter impactos significativos nas tecnologias utilizadas em terra, mas também nos satélites colocados em órbita.
Estas tempestades geomagnéticas são causadas por atividade solar em interação com o campo magnético da Terra, o que implica as infraestruturas de energia e a navegação em todo o mundo.
O BGS lembra que, como em qualquer previsão, não é possível dizer com totais certezas como e quando vai ser esta tempestade solar, um fenómeno que viaja desde o sol e pode demorar apenas 17 horas a atingir o nosso planeta, embora também possa demorar significativamente mais.
“Com base nas observações de satélite, antecipamos que o evento vai ser significativo. As primeiras indicações como as medidas das partículas de energia solar no solo são das maiores desde 2005”, pode ler-se no comunicado daquela agência.