A ministra da Saúde estimou esta sexta-feira que, tendo em conta o investimento no sector que tutela, o país deveria já “ter mais respostas”. Ana Paula Martins, que falava em Paredes, por ocasião dos 43 anos da Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário, colocou a tónica na “forma” como o sistema está organizado.
“Com aquilo que investimos, devíamos ter mais respostas e, se não temos, seguramente não é porque os profissionais não se esforçam ou porque as equipas dirigentes não se esforçam, é porque a forma como estamos organizados não evoluiu suficientemente”, avaliou a governante.
“Evoluiu, claro, e evolui todos os dias, mas não evoluiu suficientemente para conseguirmos melhorar alguns dos indicadores económico-financeiros que temos nas nossas organizações”, ressalvou.A Fundação para a Saúde lançou esta sexta-feira um manifesto, assinado por 30 profissionais, contra o “esvaimento dos centros de saúde” e com o intuito de alertar para as dificuldades de acesso a cuidados primários.
A titular da pasta da Saúde discursou, em Paredes, sobre o papel desempenhado pela CESPU nos domínios da Educação e na Saúde.
“Há outras coisas que também nos caracterizam, mas eu vou ficar pela ambição. E por muito investimento que façamos na saúde – e fazemos – nós precisamos de soluções verdadeiramente reformistas, ou reformas, se quiserem”, acentuou a ministra.
Ana Paula Martins apontou também o dedo ao que descreveu como “burocracias desnecessárias num Estado que precisa claramente precisa de se modernizar”.
“Não estamos aqui para desistir. Porque se desistissem, desistiam da Educação, desistiam de contribuir para a formação, para a qualificação, para enfrentar os desafios económicos do país, de crescimento do país. Nós não nos contentamos com estar na fasquia baixa. Temos que ir mais longe e para isso temos que fazer várias coisas”, insistiu.“Um país com 900 anos de história, mesmo com muitas vicissitudes, não pode perder a ambição”, sustentou a ministra da Saúde.
No início da cerimónia desta sexta-feira, o presidente da Câmara Municipal de Paredes dirigiu-se à tutela da Saúde para recordar que a CESPU continua a querer ver homologado o curso de Medicina.
Alexandre Almeida apelou ainda à ministra para que olhe “com carinho” para a Unidade Local de Saúde do Tâmega e Sousa, onde se verifica “enorme sobrecarga”.
Por sua vez, o presidente do conselho de administração da CESPU, António Almeida Dias, referiu igualmente o curso de Medicina, vincando que tal ambição ainda não se concretizou “por razões inexplicáveis”, quando “outros foram aceites em instituições com menos condições”.
O mapa das urgências para o fim de semana
Dois serviços de urgência de obstetrícia e ginecologia vão estar encerrados este sábado. No domingo estará fechada uma urgência obstétrica. Era o que indicava o Portal do Serviço Nacional de Saúde ao início da tarde desta sexta-feira.
Assim, no sábado fecham as urgências daquela especialidade nos hospitais do Barreiro, distrito de Setúbal, e das Caldas da Rainha, distrito de Leiria. No domingo, encerra somente o serviço de urgência de ginecologia e obstetrícia do Hospital do Barreiro.As autoridades recomendam que, antes de se deslocar a uma urgência, a população contacte o SNS 24 (808 24 24 24).
No sábado, as urgências de obstetrícia dos hospitais de Amadora-Sintra, Barreiro, Vila Franca de Xira, Santarém, São Francisco Xavier, Leiria vão estar a funcionar de modo condicionado, acolhendo apenas casos referenciados pelo CODU/INEM.
No domingo estão referenciadas as urgências de obstetrícia do Amadora-Sintra, de Braga, Vila Franca de Xira, Santarém e Abrantes.
Também as urgências pediátricas de Vila Franca de Xira e do Hospital Beatriz Ângelo vão ter restrições, atendendo situações referenciadas pelo Instituto Nacional de Emergência Médica. O Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, só está referenciado no domingo.
No sábado estarão abertos 126 serviços de urgência em todo o país, a somar a 33 unidades a funcionar ao abrigo do projeto-piloto que obriga os utentes a um contacto prévio para a Linha SNS24.
No domingo, estarão disponíveis 123 urgências e 34 unidades do projeto-piloto.
c/ Lusa