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Aurora boreal brilha sobre Salgotarjan, no norte da Hungria, a 12 de novembro de 2025.
Evento provocou as auroras boreais que até Portugal conseguiu ver. Mas não se preocupe: não há um risco biológico para as pessoas na Terra. Poderá ser a “maior tempestade solar a atingir o nosso planeta em mais de duas décadas”.
A Agência Espacial Europeia (ESA) alertou esta quarta-feira para a aproximação de uma tempestade geomagnética que poderá afetar satélites, redes elétricas, sistemas de comunicação e sistemas de navegação GPS.
Não se trata quase de certeza de um novo apagão. As autoridades responsáveis estudaram o sistema de fornecimento elétrico e garantem que este está preparado para este tipo de evento.
Uma tempestade geomagnética é uma perturbação temporária da magnetosfera da Terra causada pela ejeção de massa coronal, uma “enorme nuvem de plasma magnetizado” expelida pela coroa (a camada mais externa) do Sol.
Foi a tempestade solar em curso que provocou as auroras boreais que se viram nos últimos dias nos céus noturnos de vários países do Hemisfério Norte, incluindo Portugal — o fenómeno foi ‘apanhado’ em Viseu e na Figueira da Foz, adiantou o CM.
Os efeitos desta tempestade solar podem ser sentidos entre 24 e 48 horas depois e “as previsões sugerem que uma segunda tempestade, alimentada pela primeira, resultará potencialmente na maior tempestade solar a atingir o nosso planeta em mais de duas décadas”, adianta o Serviço Geológico Britânico em comunicado. Os efeitos podem prolongar-se até sexta-feira.
Apelidada de “tempestade canibal”, o primeiro evento já afetou as comunicações e a precisão dos satélites do sistema de posicionamento global (GPS), explica o Serviço.
De acordo com a ESA, na terça-feira foi observada uma intensa erupção solar, com um pico cerca das 10:04 (hora em Lisboa). Menos de uma hora depois foi observada uma ejeção de massa coronal, com uma velocidade inicial estimada de cerca de 1.500 km/h, que, segundo a ESA, poderá chegar à Terra no início da manhã de quinta-feira.
O impacto estimado do evento é grave, mas “não representa um risco biológico direto para as pessoas na Terra”, sublinhou a ESA, em nota.
A ESA ressalva que “estas estimativas contêm alguma incerteza”, assinalando que “está a monitorizar de perto este poderoso evento” e a “recolher informações detalhadas de todos os seus centros de serviços especializados”.