Mário Cruz / Lusa

A comunidade portuguesa a residir em território alemão teme pela diminuição da qualidade de vida naquele país, nos próximos anos.

Pedro Abrunhosa cantava: “é tão cinzenta a Alemanha / e a saudade tamanha (…) quero voltar para os braços da minha mãe”. Porém, o clima sombrio alemão parece ser agora o menor problemas dos portugueses lá emigrados.

Um inquérito conduzido pela Associação de Pós-Graduados Portugueses na Alemanha (ASPPA), divulgado este sábado, revela crescente preocupação pela situação política que pode levar à diminuição da qualidade de vida, e agravamento da forma como os emigrantes são vistos.

Neste estudo, 59% dos inquiridos afirmaram ter sentido um agravamento na forma como os emigrantes são tratados ou vistos na sociedade alemã nos últimos anos.

O número baixa quando questionados sobre discriminação no local de trabalho associada à nacionalidade portuguesa. Dos inquiridos, 67% assumem nunca ter sentido discriminação, 22% respondem que sim, e 11% dizem não ter sido vítima direta, mas já ter assistido.

Responderam ao inquérito cerca de 200 portugueses a viver na Alemanha. Para chegar aos membros da comunidade, a ASPPA utilizou as redes sociais, escrevendo em mais de 20 grupos no Facebook e no LinkedIn. Além das newsletters e da ajuda dos consulados, foram também enviadas mensagens a mais de 50 associações espalhadas pelo país.

A maioria dos participantes vive há mais de sete anos na Alemanha e concluiu o ensino superior.

A maior parte, 47,3%, admite sentir-se bem recebida pela comunidade local, 26,6% muito bem recebida, e 7,7% confessa não se sentir bem acolhidos.

Quando questionados sobre a ligação à comunidade portuguesa na Alemanha, 36% dos inquiridos responderam não sentir qualquer conexão, 27% disse não conhecer comunidade ativa na zona onde vive, e 37% assumiu sentir-se ligado à comunidade portuguesa.

Além dos serviços consulares, 60% dos portugueses a viver na Alemanha admite não recorrer a outras instituições ou associações.

Sobre o que melhorar no apoio aos emigrantes, os entrevistados apontam:

  • os serviços consulares;
  • a falta de apoio à integração;
  • e lacunas no ensino da língua portuguesa.

A diminuição da qualidade de vida e de oportunidades de trabalho são as duas maiores preocupações dos portugueses que participaram neste estudo.

E o verão nunca mais vem…


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