A história do rock gaúcho dos anos 80 tem seus acasos e coincidências que parecem roteiro de cinema. Um deles envolve Carlos Stein, guitarrista e compositor que, antes de fundar o Nenhum de Nós, foi um dos que iniciou o projeto dos Engenheiros do Hawaii – e decidiu sair pouco depois dos primeiros shows.

Quase 40 anos depois, Stein relembrou, em entrevista ao programa Pitadas do Sal, os bastidores de sua breve passagem pelos Engenheiros e revelou a verdadeira razão por trás de sua saída, desmistificando histórias que circulam desde os anos 80.

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O contexto era 1984 e uma greve nacional de servidores da educação paralisou universidades em todo o país. Na UFRGS, em Porto Alegre, o semestre letivo se estendeu até o verão, impedindo que muitos alunos viajassem. Foi nesse cenário que Carlos Maltz, estudante de Arquitetura, teve a ideia de montar uma banda apenas com colegas da faculdade – uma brincadeira inspirada no Rock in Rio, que aconteceria na mesma data do show planejado: 11 de janeiro de 1985.

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O baterista precisava de músicos e logo chamou Carlos Stein, que já havia tocado com ele em festivais universitários. “O Stein era um cara que tocava violão flamenco, gostava de Paco de Lucía, mas estava ouvindo muito The Clash e New Wave na época”, relembra o pesquisador Júlio Ettore.

Completaram o grupo Marcelo Pitz, no baixo, e Humberto Gessinger, o “alemão solitário” que cursava Arquitetura e era conhecido por seu talento – e por uma certa arrogância. Assim nasciam, quase por acidente, os Engenheiros do Hawaii.

Engenheiros do Hawaii e Nenhum de Nós

Segundo Carlos Stein, a banda começou sem pretensões. “Naquela época, os grupos eram formados por amigos que queriam fazer música, não por músicos profissionais”, contou. “Eu tinha uma guitarra, o Sady gostava de percussão, o Thedy não era cantor… Estávamos todos começando.”

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O guitarrista relembra que o primeiro ensaio dos Engenheiros aconteceu provavelmente na casa de Maltz, e que Humberto já chegou com várias letras e ideias prontas. “Fizemos dois shows na faculdade de Arquitetura – um no auditório e outro no terraço. Achei tudo divertido, mas via como uma brincadeira, não como algo que viraria uma carreira.”

Logo depois, veio a decisão que mudaria seu destino. “Minha família foi para a praia e meu pai disse: ‘Não tem grana pra tu ficar em Porto Alegre coçando o saco’. Fui com eles. Quando voltei, os Engenheiros seguiram sem mim. Fizeram um show e acharam que ficou melhor.” Ele ri ao lembrar: “Achei ótimo. Eles seguiram o caminho deles, e eu acabei começando o Nenhum de Nós com o Sady e o Thedy. O resto é história.”

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O vocalista Thedy Corrêa, em entrevista ao podcast Inteligência Ltda, também recordou essa fase embrionária do rock gaúcho e o papel de Stein. “O Carlos formou o grupo com os caras. Ele fez dois shows com eles e não quis continuar. Os primeiros shows dos Engenheiros foram na Arquitetura da UFRGS – o segundo foi no terraço, e eu fui assistir.”

Thedy descreve a cena quase teatral do que viu no palco: “Eles estavam vestidos de enfermeiros, com os aventais manchados de sangue. O Carlos, no meio do palco, fez uma performance enlouquecida, meio dionisíaca. Foi muito doido.” Logo depois, Stein deixou o projeto. “Ele não quis seguir com a banda. Aí a gente, que já vinha falando sobre montar algo nosso, começou o Nenhum de Nós”, contou Thedy.

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Curiosamente, o que começou como um passatempo universitário deu origem a duas das maiores bandas do Rio Grande do Sul – Engenheiros do Hawaii e Nenhum de Nós – ambas com origem na mesma faculdade, separadas apenas por uma decisão circunstancial.

“Foi tudo muito espontâneo”, reflete Stein. “O rock dos anos 80 tinha isso: era feito por amigos tentando encontrar uma linguagem própria, sem saber pra onde iam. Acho que essa ingenuidade deu originalidade e perenidade pra muita coisa boa.”

Hoje, olhando em retrospecto, o músico encara a história com leveza. “Toquei em duas bandas na vida. E, por coincidência, as duas viraram as mais conhecidas do Rio Grande do Sul”, brinca.

O apresentador do Pitadas do Sal encerrou a conversa com uma observação precisa: “Nada é por acaso, Carlão. Para gente, como fãs, foi ótimo. Porque assim a gente ganhou as duas bandas.”

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