Mariana Cardoso foi protagonista, como aqui havíamos noticiado, de uma conversa intimista com Daniel Oliveira no “Alta Definição” da SIC.

Durante a entrevista, a intérprete abriu o coração e revisitou momentos marcantes do seu percurso pessoal. “Se houvesse algum problema, eu não contava a ninguém. E chegou a uma altura, mais ou menos na adolescência, em que eu comecei a estudar teatro e trabalhar ao mesmo tempo. E, de repente, tudo aquilo começou a explodir. Comecei a ter vários problemas de saúde, a ficar sem cabelo, por exemplo”, revelou. Nesse período, Mariana acabou por descobrir o diagnóstico de alopecia areata. “Não perco o cabelo totalmente, mas bocados (…) No meu caso havia partes em que não tinha cabelo. Nós até chamávamos pele de golfinho, a minha pele ficava mesmo suave, não tinha nada e no resto [do couro cabeludo] tinha o cabelo forte como tenho agora”, explicou, descrevendo as dificuldades enfrentadas.

O apoio vindo de casa foi fundamental nessa fase. “Tinha a minha mãe a apoiar-me e a dizer: ‘vamos tratar disto, vamos perceber o que é que se passa’, porque a minha faceta escondia tão bem tudo o que se passava comigo. Ela não tinha forma de saber”, contou a artista, sublinhando a ligação familiar que a ajudou a ultrapassar os momentos de maior fragilidade. Noutra recordação, Mariana partilhou um episódio vivido em palco. “Eu lembro-me perfeitamente, eu estava a fazer um espetáculo com a Luísa Cruz, que era muito exigente fisicamente e eu não tenho tendência para sangrar do nariz. E de repente, o cabelo caia e começava a sangrar do nariz”, recordou, aludindo a uma fase particularmente dura em que o corpo reagia ao excesso de pressão.

A intérprete confessou ainda que a terapia teve um papel determinante no reencontro com o equilíbrio. “Com a ajuda da terapia, tive uma fase em que realmente senti tudo o que eu nunca tinha sentido na minha vida inteira. E tive um ano com alguns episódios depressivos. Era só muita emoção acumulada e muitas coisas não resolvidas acumuladas”, afirmou. As rotinas diárias ficaram comprometidas durante esse processo. “Não saía do quarto, tinha montes de roupa acumulada, mesmo aquelas coisas pequenas como lavar os dentes, levantar-me, vestir outra roupa ou sair de casa eram impossíveis. Eu comecei a sair de casa para ir à terapia, mas de resto tentava, às vezes só, ir à dança”, partilhou. Segundo a atriz, foi necessário “ir um bocadinho para o lado oposto, para depois começar a reequilibrar”. Mais tarde, acrescentou: “Toda a gente sabe que eu sou uma pessoa bastante, caótica, distraída e emocional, mas agora isso é uma coisa boa para mim. Agora, quando algo muito mau acontece, eu já sei o que é não sentir e sei que isso é pior. Por isso, há alturas difíceis da vida, mas nada se compara ao antes”.

Ao longo da conversa, Mariana Cardoso refletiu sobre o impacto físico e emocional da alopecia: