Atualmente, a preocupação em torno da M-Sport/Ford já não se centra na possibilidade de contratar pilotos de ponta para 2026, capazes de lutar por vitórias ou lugares cimeiros. A questão primordial passou a ser a própria continuidade da equipa. Embora se assuma a sua presença em 2026, nos moldes atuais, as dúvidas quanto a 2027 aumentam exponencialmente. O cenário é de grande incerteza, com poucas certezas à vista.
Para 2026, a única certeza é a ausência de confirmação dos pilotos da equipa. Em 2025, os três pilotos – Gregoire Munster, Josh McErlean e Martins Sesks – alcançaram, em conjunto, apenas sete quintos lugares em 32 ralis disputados, sem contabilizar os “gentleman drivers”.
Sabe-se que em 2026 o alinhamento da equipa voltará a ser composto por pilotos pagantes, uma vez que esta é a única alternativa para a M-Sport evitar a interrupção das suas atividades. É expectável que os dois lugares sejam preenchidos por Munster, McErlean ou Sesks. Gregoire Munster, em declarações a um jornal belga, afirmou: “No mercado, apenas Josh McErlean, Martins Sesks e eu conhecemos os pneus e todos os ralis. E acredito que tanto McErlean como Sesks devem continuar o programa atual com a M-Sport.”
Consequentemente, Gregoire Munster procura ativamente um lugar, dispondo de apoio financeiro. No entanto, a M-Sport/Ford mantém-se indefinida quanto à sua constituição para a próxima temporada. A ambição de ter um piloto de topo para competir na frente parece, para já, uma miragem distante.
A sustentabilidade financeira é um desafio constante para as equipas privadas no desporto motorizado de alta competição, como o Mundial de Ralis. A necessidade de recorrer a “pilotos pagantes” reflete uma realidade onde o talento puro nem sempre é suficiente sem o apoio financeiro associado.
Esta dinâmica sublinha a importância crítica dos patrocínios e do apoio dos construtores para manter a competitividade e a própria existência das equipas, num ambiente onde os custos de desenvolvimento e participação são extremamente elevados.
A procura por um equilíbrio entre a performance desportiva e a viabilidade económica é uma equação complexa que define muitas das decisões estratégicas no ‘paddock’ do WRC.