Perante o anteprojeto da reforma laboral e apesar de cedências como a reposição de três dias de férias dependentes da assiduidade, a UGT considera passar a greve geral marcada para 11 de dezembro, para dois dias, caso o Governo mantenha a sua proposta. “É um cenário possível, está tudo nas mãos do Governo”, indicou fonte oficial da unidade sindical à CNN Portugal.

Mário Mourão, o secretário-geral da UGT, deu uma entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios em que acusou o Executivo de encostar a UGT à parede. “Não vou dizer como. E a partir desse momento nós viemos para a UGT, saímos da reunião, e no dia seguinte fiz a reunião do secretariado executivo e disse: meus amigos, ontem passou-se isto, e nós temos que passar à fase seguinte, porque aquilo que percebemos é que o Governo vai levar a proposta tal como está para a Assembleia da República. A não ser que a UGT se comprometa a fazer um acordo. Mas nós não damos cheques em branco. E nós não podemos perder a rua”, explicou.

Governo propõe repor três dias de férias, mas não desiste do banco de horas individual. Alterações não chegaram para UGT desistir da greve

Na entrevista, o secretário-geral da unidade sindical ressalvou que, perante a simplificação dos despedimentos por justa causa ou a possibilidade generalizada de não reintegrar o trabalhador em caso de despedimento ilícito, os três dias de férias não eram suficientes para aceitar as mudanças propostas pelo Governo. “Para que é que os trabalhadores querem trinta dias de férias? Se forem despedidos vão ter o tempo todo”, lamentou.

Esta sexta-feira, o Governo enviou um documento à UGT em que admitia mais cedências como a reposição dos 40 dias de formação anual para todos os trabalhadores e alterações às licenças para amamentação.