Entre receios sobre a Inteligência Artificial (IA), a diretora-executiva do maior banco do Sudeste Asiático afirmou que a tecnologia já está a dar frutos, explicando que não são resultados que se esperam, mas que já estão a ser vistos.

A diretora-executiva do maior banco do Sudeste Asiático, o DBS, afirmou que já observa o impacto da IA, com a instituição financeira a recolher os frutos da implementação da tecnologia nas suas operações.

O DBS tem implementado a IA em toda a sua operação há mais de uma década, o que preparou a análise interna de dados do banco para as recentes ondas de IA generativa e de agente.

Segundo Tan Su Shan, diretora-executiva do DBS, à CNBC, à margem da Singapore Fintech Week, quando questionada sobre o potencial da adoção de IA, a adoção de IA deverá trazer ao banco um aumento de receitas superior a mil milhões de dólares de Singapura (cerca de 768 milhões de dólares americanos), este ano, comparado com 750 milhões de dólares de Singapura em 2024.

Esta avaliação baseia-se em cerca de 370 casos de uso de IA suportados por mais de 1500 modelos distribuídos por toda a empresa.

A proliferação da IA generativa tem sido transformadora para nós.

Disse Tan, acrescentando que a empresa está a experienciar um “efeito bola de neve” de benefícios graças ao machine learning.

Tan Su Shan, diretora-executiva do banco DBS

Tan Su Shan, diretora-executiva do DBS. Fonte: CNBC

IA aplicada em várias frentes

Uma área importante na qual o DBS aplicou IA foi nos serviços financeiros para clientes institucionais, utilizando a tecnologia para recolher e explorar dados, por forma a contextualizar e personalizar as ofertas. Segundo Tan, isto resultou em equipas “mais rápidas e resilientes”.

A diretora-executiva acredita que estas aplicações contribuíram para o aumento recente dos depósitos do banco em comparação com os concorrentes.

Com a IA a ser usada e aprovada em várias frentes, o objetivo é que a tecnologia generativa se transforme num consultor financeiro de confiança para os clientes do DBS, incluindo utilizadores de retalho que deverão interagir com agentes de IA personalizados através da aplicação bancária do banco.

Atualmente, o banco já possui mais de 100 algoritmos que analisam os dados dos utilizadores para lhes fornecer “sugestões” personalizadas, como alertas de quebras iminentes, recomendações de produtos e outros insights.

Entretanto, este ano, a empresa lançou várias iniciativas de formação com IA em diferentes departamentos e implementou uma ferramenta de coaching com IA generativa para apoiar estes esforços.

Desta forma, o banco pretende automatizar tarefas rotineiras, e permitir que os funcionários se concentrem em construir e manter relações humanas com os clientes, em vez de reduzir o número de colaboradores.