Lászlo Bölöni confessa que Mário Jardel foi um dos jogadores mais «problemáticos» que já treinou, neste caso, durante o período em que esteve à frente da equipa principal do Sporting, entre 2001/02 e 2002/03.
Em declarações ao podcast Vorbitorincii, recordou episódios marcantes da passagem por Alvalade e que envolvem a adição do antigo avançado brasileiro à cocaína. Desde consumir no próprio balneário, perante os companheiros de equipa, até ter tentado «trancar-se» com o jogador em Alcochete para o ajudar, Bölöni fala de tudo um pouco.
«Os pais dele eram alcoólicos, esse era o verdadeiro problema. Eu colocava a equipa no quadro, com os jogadores presentes, e o médico fazia-me sinal que não era possível porque o Jardel… (aponta para o nariz). Faziam o teste, para ver se o médico o deixava jogar, e ele testava positivo», começou por referir.
«Uma vez disse-lhe: “Vou levar-te comigo para o centro de treinos e ficamos trancados em Alcochete. Ficas no teu quarto e eu fico no meu. Falamos, comemos, treinamos”. Fazia treinos extra para ver se ele recuperava. O que saía daquele homem era algo terrível. Ao fim de seis dias ele disse-me que não estava bem e que tinha de sair… mas que voltava. Fez uma chamada, apanhou um táxi e desapareceu. Acabou por aparecer no dia seguinte, mas o médico fez-me sinal», acrescentou.
Recorde-se que Jardel esteve no Sporting durante o mesmo período do técnico, sendo que no primeiro ano fez 55 golos em 42 jogos e na segunda época acabou por falhar 15 das 34 jornadas da Liga e fez apenas 12 golos em 21 encontros.