O presidente da CAP diz que é com preocupação que vê o atual clima que rodeia a discussão do pacote laboral. Aos parceiros sociais pede que se foquem na discussão de “linhas verdes” em vez de estarem a traçar “linhas vermelhas”.


“A greve é um direito legítimo. A minha preocupação tem a ver com o clima e eu gostava de lançar o repto de, em vez de discutirmos linhas vermelhas, discutamos linhas verdes”, declarou Álvaro Mendonça e Moura, ouvido pela Lusa.O antigo embaixador referiu que, entre as 100 medidas apresentadas pelo Governo, não é possível que todas sejam negativas.


A Confederação dos Agricultores garante preocupação com um consenso entre os parceiros sociais nesta matéria, mas admite que, “infelizmente, a CGTP nunca assinará” um acordo.


Acreditando que nem todas as medidas serão negativas, Álvaro Mendonça e Moura diz que os parceiros sociais devem concentrar-se nas 60 ou 70 em que exista acordo.


“Ficarmos cada um dizer que não aceito e que são linhas vermelhas não leva a lado nenhum. Tentemos encontrar pontos de acordo. Não se pode perder a oportunidade de fazer evoluir o país, que precisa de alterações nas leis laborais, mas é preciso que todos sejam flexíveis”.


Mendonça e Moura assegurou ainda não estar preocupado com a greve, que está muito centrada na função pública, uma vez que não se antevê uma grande diferença para o desenvolvimento económico do país: “Haverá uma grande diferença entre haver ou não um consenso social”.


c/ Lusa