Porta-aviões tem capacidade para 75 aeronaves, incluindo caças, helicópteros, aviões de vigilância e meios de guerra eletrónica. Mede 337 metros de comprimento, 40 metros de altura e 78 metros de largura

O porta-aviões norte-americano USS Gerald R. Ford é o mais avançado navio deste tipo alguma vez construído pelos Estados Unidos, segundo a Marinha do país. A recente deslocação do mesmo para o mar das Caraíbas ocorre num período de tensão crescente com a Venezuela e após operações norte-americanas contra embarcações suspeitas de envolvimento no narcotráfico. Este porta-aviões é, para a Marinha norte-americana, um dos principais instrumentos de projeção de poder, capaz de participar em operações que vão desde o combate em larga escala até missões de dissuasão ou assistência humanitária.

O Gerald R. Ford transporta um conjunto de aeronaves que lhe confere uma enorme versatilidade. De acordo com a CNN Brasil, o navio pode operar até 75 aeronaves, incluindo caças, helicópteros, aviões de vigilância e meios de guerra eletrónica, essenciais para garantir a superioridade aérea e apoiar toda a frota em cenário de combate.

A lista de aeronaves que pode transportar inclui modelos como o F/A-18E/F Super Hornet, o E-2D Advanced Hawkeye, o EA-18G Growler e helicópteros MH-60R/S, além de veículos aéreos não tripulados. Embora tenha capacidade para o F-35C, a CNN Internacional explica que o navio ainda não recebeu as modificações necessárias para integrar este caça de quinta geração, o que só deverá acontecer após um período de manutenção ainda por definir.

O porta-aviões mede 337 metros de comprimento, 40 metros de altura e tem um convés com 78 metros de largura, o que faz dele o maior navio do género em todo o mundo. O USS Gerald Ford utiliza dois reatores nucleares capazes de gerar três vezes mais energia elétrica do que o porta-aviões da classe Nimitz (antecessor do Gerald Ford), o que lhe permite atingir velocidades superiores a 55 quilómetros por hora e operar longos períodos sem necessidade de reabastecimento de combustível.

A tripulação é composta por cerca de 4.600 militares, incluindo a ala aérea, número que representa uma redução de cerca de 20% em relação ao porta-aviões da classe Nimitz, graças aos sistemas mais eficientes e automatizados que o Gerald Ford implementa. Isto permite realizar operações aéreas mais rápidas e com menor necessidade de pessoal, o que aumenta a eficácia do navio e reduz custos humanos e logísticos.

A capacidade tecnológica do USS Gerald Ford distingue-o profundamente dos seus antecessores e entre as inovações mais significativas está o sistema eletromagnético de lançamento de aeronaves, conhecido como EMALS (Electromagnetic Aircraft Launch System). Segundo a CNN Internacional, este sistema substitui as tradicionais catapultas a vapor por um mecanismo eletromagnético que possibilita o lançamento dos aviões de forma mais rápida, com maior carga e menor desgaste dos equipamentos, aumentando o alcance e a letalidade dos caças.

Os elevadores de armas são também movidos por motores eletromagnéticos, de modo a que as munições sejam transportadas para o convés de voo com maior rapidez. Outro avanço é o sistema digital de retenção de aeronaves, o Advanced Arresting Gear, que aumenta o ritmo de descolagens e aterragens enquanto reduz o consumo energético.

O navio tem ainda um convés de voo maior e mais eficiente, resultado de uma “ilha” – parte do navio que está acima do cockpit (cabine de pilotagem) – mais pequena e colocada mais atrás, o que permite um melhor controlo dos aviões e facilita o movimento das aeronaves durante as operações.

De acordo com Sean Parnell, porta-voz do Pentágono, a deslocação do navio para o Mar das Caraíbas deu-se para desmantelar “Organizações Criminosas Transnacionais e combater o narco-terrorismo”. De resto, o movimento deste navio é um dos mais sérios avisos a Nicolás Maduro e ao regime venezuelano.

O USS Gerald Ford, contruído pela Huntington Ingalls Industries, começou a ser desenvolvido em 2009 mas só entrou ao serviço em 2017. Enfrentou ainda diversos desafios técnicos que atrasaram a sua total operacionalidade, que só foi conseguida em 2022. Batizado em homenagem ao presidente Gerald Ford, que governou os EUA entre 1974 e 1977, o navio representa atualmente o expoente máximo da capacidade naval norte-americana, combinando inovação tecnológica, poder aéreo e eficiência operacional como nenhum outro porta-aviões.