O bolor pode aparecer em vários locais e sabe-se de antemão que não é um bom sinal, sobretudo quando aparece nos alimentos. Mas o que devemos fazer? Deitá-los fora ou consumir parte do alimento?

Algumas pessoas podem percecionar o ato de descartar o alimento como desperdício alimentar, mas na alguns especialistas explicam que esse procedimento traduz-se, na realidade, numa medida de segurança alimentar.

De acordo com a BBC, o bolor alimentar é um fungo microscópico que se pode reproduzir e libertar partículas no ar e são essas que caem sobre alimentos.

O micélio é um dos componentes do bolor e é geralmente o responsável por se infiltrar nos alimentos. De uma forma visual, este fenómeno pode ser associado a uma “estrutura ramificada semelhante a um fio de cabelo com raízes”. Quando essas raízes atingem a superfície, o alimento pode mudar de cor e “adquirir uma aparência pulverulenta”. No entanto, o bolor já poderá ter estado a agir durante um ou dois dias antes de se notar qualquer diferença no alimento.

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Ainda assim, não precisa de ser um sinal de alerta! O médico Patrick Hickey conta à BBC que “os fungos são essenciais no ambiente para processos de reciclagem”, chegando os “ecossistemas a depender desses fungos para decompor a matéria orgânica; sem eles, estaríamos sobrecarregados com os nossos próprios resíduos”, acrescenta. Não obstante, não serão os fungos mais indicados para consumo e, por isso, referem que deve descartar o alimento.

Alimentos propícios ao desenvolvimento de fungos prejudiciais e que, por isso, deve descartar:

Frutas e vegetais 
Pães
Sobras de comida
Geleias e compotas
Manteigas de frutos secos
Bacon e salsichas
Iogurtes
Queijos 

Ainda assim, plataformas como a Too Good too Go sensibilizam os utilizadores para os selos de “Observar, Cheirar, Provar” que podem ajudar o consumidor a averiguar a qualidade do produto mesmo que este já não esteja dentro da validade.

É possível impedir o desenvolvimento de bolor?

Os especialistas dizem é possível impedir que os alimentos escapem ao bolor, mas dá para atrasar esse processo.

Este fungo gosta de ambientes quentes e húmidos, com bastantes recursos e matéria orgânica para se alimentar. Como tal,  uma cozinha limpa, seca e bem arejada pode ajudar a manter o bolor longe durante mais tempo.

A forma como armazena os alimentos também pode fazer toda a diferença. Por exemplo, guardar ervas aromáticas em recipientes herméticos forrados com papel no frigorífico pode atrasar o processo de deterioração da planta.

Além disso, transporte os alimentos com cuidado e  compre em menores quantidades para evitar o desperdício alimentar depois da contaminação.

O que pode acontecer se ingerir bolor?

Para lá do sabor e textura desagradável que pode levar a uma reação de vómito imediata, a maioria das pessoas fica bem, mas os profissionais de saúde recomendam estar atento a quaisquer sintomas, desde falta de ar a vómitos e diarreia após o consumo”. A ingestão deste fungo pode, em alguns casos, originar uma intoxicação alimentar ou reação alérgica.

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