O Presidente da República afirmou esta terça-feira que a comemoração do 25 de Novembro com uma parada militar representa um “regresso ao passado”, evocando práticas que ocorreram nos primeiros anos após a revolução. Marcelo Rebelo de Sousa recordou que estas cerimónias “já aconteceram nos mandatos presidenciais de Ramalho Eanes”.

Parada militar retoma tradição existente após o 25 de Abril

“Se quiserem, é um regresso ao passado, reavivando aquilo que se fazia nos anos imediatamente seguintes ao fim da revolução“, afirmou o chefe de Estado.

Marcelo Reebelo de Sousa sublinhou que as comemorações do 25 de Novembro têm vindo a aproximar-se das celebrações oficiais do 25 de Abril. Prova disso, afirmou, foi a sessão comemorativa do 49.º aniversário do 25 de Novembro realizada na Assembleia da República, que “foi praticamente equiparada já no ano passado” à sessão solene do 25 de Abril.

Parada militar no Terreiro do Paço e sem discursos

Relativamente ao programa do 50.º aniversário do 25 de Novembro, Marcelo explicou: “Na parada [militar] vai ser a mesma coisa. Isto é, a parada do 25 de abril realizou-se no ano passado, e agora realiza-se no mesmo plano”.

Segundo o Presidente da República, a cerimónia militar terá lugar “no Terreiro do Paço” e “sem discursos”, estando “condicionada no tempo pela cerimónia na Assembleia da República”.

Ramalho Eanes instituiu paradas militares no 25 de Novembro

Marcelo Rebelo de Sousa recordou que esta tradição não é nova:
“Verdadeiramente, houve uma parada militar durante a presidência do Presidente Ramalho Eanes, durante os dois mandatos, salvo erro, houve sempre parada militar no 25 de Novembro, houve sempre cerimónia militar”.

Acrescentou ainda que a prática deixou de acontecer “no tempo do Presidente Mário Soares”, devido a questões relacionadas com o calendário parlamentar.

“Portanto, se quiserem, é um regresso ao passado, reavivando aquilo que se fazia nos anos imediatamente seguintes ao fim da revolução”, reforçou.

Importância histórica do 25 de Novembro

No ano passado, na sessão solene dedicada ao 49.º aniversário do 25 de Novembro, o Presidente da República destacou esta data como um “passo muito importante” no processo democrático iniciado pelo 25 de Abril. Na altura, afirmou que “não existe contradição” na evocação das duas datas, embora tenha reforçado que o 25 de Abril é “a data maior”.