Aos 53 anos recém-completados, Nico Puig ainda é lembrado pelos papéis em produções como “Sex Appeal” (1993), “Olho no Olho” (1993) e “Malhação” (1995). Com mais de 150 comerciais no currículo, o ator, que começou a trabalhar aos 14 anos, resolveu, aos poucos, se afastar da carreira artística para se dedicar a outros projetos.
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— Chegou um momento em que precisei me afastar, o que fiz de forma gradual. Eu precisava de um tempo para resolver questões pessoais, havia muitos questionamentos e volta e meia me via em situações de altos e baixos, a instabilidade da profissão. Isso fez com que eu tivesse que me reinventar para continuar honrando os meus afazeres — afirma ele, acrescentando que o dinheiro que ganhava na época da publicidade era pouco. — Nada se compara ao que as pessoas ganham hoje com as redes sociais. O que eu ganhei, eu gastei.
Em 1999, ainda em grande evidência na mídia, Puig posou nu para a revista G Magazine. Ele chegou a gravar recentemente um depoimento para a série do Globoplay sobre a revista. A produção, no entanto, acabou cancelada antes de estrear. O ator conta que na época já estava se relacionando com o atual marido, Jeff Lattari, mas nunca havia falado sobre sua sexualidade publicamente.
— A mídia, até então, não sabia nada sobre mim. A revista foi a forma que encontrei para passar um recado. Eu não sabia exatamente como as pessoas iam reagir, mas fiz consciente do que poderia acarretar. Eu me orgulho do ensaio, da coragem que tive para colocar em risco uma profissão que eu exercia desde tão jovem. Foi um momento divisor de águas. A única exigência que fiz foi ser fotografado por um homem e uma mulher, porque os olhares são diferentes. E na época eu me relacionava com homens e mulheres. Não sou bissexual, sou homossexual, mas na época eu transitava entre os dois universos — explica Puig, que chegou a ser casado com uma mulher antes de conhecer o atual marido.
Após a publicação, ele viajou com Jeff para São Francisco, onde passou um período, e relembra que chorou na rua ao andar de mãos dadas com o namorado.
— Para alguns pode parecer uma bobagem, mas quando você é jovem, apaixonado, está querendo gritar para o mundo que está amando e se sentindo amado. E, quando, eu peitei o meu trabalho, realmente entendi que o amor estava falando mais alto. Eu amo a profissão que exerci, mas estou com meu parceiro há 30 anos.
Os dois oficializaram a união em 2013. Em 2014, o ator conta que aceitou participar de “O Aprendiz: Celebridades” pelo cachê, mas passou por uma situação constrangedora no programa comandado por Roberto Justus.
— Eu tive um momento de enfrentamento que não foi ao ar. Um dos meus oponentes falou para mim: “E se todo mundo souber a tua vida particular?”. Eu respondi dizendo que não tinha nada a esconder, que aquilo não iria me oprimir. Mas, de toda forma, a minha vida privada não tinha nada a ver com o teor do reality. Assim, cheguei à conclusão de que não queria mais fazer parte disto. Um milhão pode ser muito dinheiro, mas não paga o meu psiquiatra. Medicação e tratamento levam o dinheiro todo embora — explica ele, que foi diagnosticado com depressão crônica e TDAH.
Em 2016, Puig apresentou o marido nas redes sociais e diz que teve que lidar com uma série de comentários maldosos, incluindo ameaças de morte.
— É um ódio gratuito. Quando comecei a sofrer as ameaças, tive muitas quedas na saúde mental. Em algum momento fiquei dez dias sem sair da cama — relembra.
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Desde que parou de atuar, Puig vive de sua paixão pela reciclagem e pelo upcycling (processo de transformar resíduos ou materiais descartados em novos produtos de maior valor). Morador de um triplex no centro de São Paulo e dono de mais dois apartamentos para aluguel temporário no mesmo prédio, ele resolveu transformar o terceiro andar de sua residência em uma loja de garimpos, a SP Laje61. A ideia de trabalhar na área começou ainda em São Francisco, onde trabalhou como entregador de jornal e faxineiro para se sustentar.
— Eu sempre tive esse olhar transformador de me apropriar de peças que as pessoas achavam que não teriam mais uso e resgatá-las para o meu imaginário. Comecei a morar sozinho com 15 anos, herdei alguns móveis e comecei a adaptá-los ao meu gosto. Os meus hóspedes volta e meia me pediam alguma coisa emprestada, então pensei em transformar isso em dinheiro. Eu tenho essa loja de móveis, objetos, roupas e acessórios. As pessoas tanto podem comprar algo na íntegra, como podem pedir uma consultoria de customização.
Veja fotos da coberturba de Nico Puig na galeria abaixo:
Veja fotos da cobertura de Nico Puig em São Paulo 
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Os móveis adaptados viraram bancos para a sala de estar — Foto: arquivo pessoal
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Detalhe da casa de Nico Puig em SP
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Detalhe da casa de Nico Puig em São Paulo
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Espelho com decoração na casa de Nico Puig em São Paulo
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O escritório da casa de Nico Puig em São Paulo
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Detalhes da casa de Nico Puig em São Paulo
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A mesa estilizada — Foto: arquivo pessoal
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Detalhes — Foto: arquivo pessoal
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Pintura na parede — Foto: arquivo pessoal
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A gaiola boneco e plantas na casa de Nico Puig em São Paulo — Foto: arquivo pessoal
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Azulejos variados, pastilhas coloridas e bonecos em madeira na casa de Nico Puig em São Paulo — Foto: arquivo pessoal
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O banheiro com azulejos e suporte de máquina de costura no lavabo — Foto: arquivo pessoal
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A jacuzzi do ambiente e os vasos de planta alternativos Foto: arquivo pessoal
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As plantas que ornam a cobertura — Foto: arquivo pessoal
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Detalhe da mesa de refeição com teto vivo e o cobogó
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Casa NP 19 — Foto: arquivo pessoal
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Casa NP 14 — Foto: arquivo pessoal
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Os bancos feitos com material de berço hospitalar — Foto: arquivo pessoal
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Decoração multicolorida — Foto: arquivo pessoal
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Nico Puig e o marido, Jeff — Foto: reprodução 
Nico Puig nos anos 1990 e atualmente — Foto: Reprodução 
Nico Puig e o seu triplex em São Paulo — Foto: Reprodução