O Banco Central do Brasil ordenou hoje a liquidação do Banco Master, depois do proprietário da instituição, Daniel Vorcaro, ter sido detido pela Polícia Federal, acusado de participar numa rede de emissão e venda de títulos de crédito falsos.
O Banco Central do Brasil ordenou hoje a liquidação do Banco Master, depois do proprietário da instituição, Daniel Vorcaro, ter sido detido pela Polícia Federal, acusado de participar numa rede de emissão e venda de títulos de crédito falsos.
Vorcaro foi capturado na noite de segunda-feira no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, quando tentava sair do país num avião privado, apenas algumas horas após ter sido anunciada a venda do Banco Master a um consórcio liderado pelo grupo brasileiro Fictor Holding Financeira.
O banqueiro foi detido no âmbito de uma operação da Polícia Federal contra a emissão de títulos de crédito falsos por parte de instituições financeiras que integram o Sistema Financeiro Nacional.
Até ao momento, Vorcaro e outras cinco pessoas foram detidas, tendo sido ordenado o bloqueio de contas num total de 12.200 milhões de reais (2.301 milhões de dólares), além da apreensão de veículos de luxo, obras de arte, relógios de alto valor e dinheiro em numerário.
Após a sua captura, o Banco Central do Brasil decretou hoje a liquidação extrajudicial do Banco Master e ordenou o congelamento dos bens dos seus atuais e antigos administradores.
A medida suspende automaticamente qualquer negociação de compra em curso, incluindo a operação anunciada pela Fictor Holding Financeira.
O negócio previa uma injeção imediata de 3.000 milhões de reais (485 milhões de euros) para que o grupo Fictor assumisse a totalidade das ações de Vorcaro, com participação de investidores dos Emirados Árabes Unidos.
Isso daria ao grupo o controlo do banco, embora a transação ainda dependesse da aprovação do Banco Central e do Conselho Administrativo de Defesa Económica.
Segundo o comunicado da Polícia Federal, as investigações começaram em 2024 a pedido da Procuradoria-Geral, que solicitou averiguar a possível fabricação de carteiras de crédito sem respaldo real.
A operação que desmantelou a rede inclui cinco mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 25 buscas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Baía e no Distrito Federal.
O Banco Master chegou a acordar a aquisição do BNI Europa, que seria a sua sede na Europa e uma plataforma para servir os brasileiros no continente. No entanto, a transação não foi concluída após o Banco Master retirar a proposta, devido a uma série de obstáculos regulatórios em Portugal, incluindo a rejeição de administradores brasileiros pelo Banco de Portugal.