A AD continuaria a vencer numas eleições legislativas, mas a actual geometria parlamentar poderia alterar-se se os portugueses tivessem sido chamados, por esta altura, novamente às urnas. A coligação PSD/CDS cresceria cerca de sete pontos percentuais face aos resultados obtidos a 18 de Maio e o PS de José Luís Carneiro reforçava a sua votação (mais 3,5 pontos percentuais), mas o Chega deveria deixar de ser o partido da oposição com mais deputados na Assembleia da República, indica uma nova sondagem da Pitagórica para o JN, TSF, TVI e CNN Portugal, registando uma queda de seis pontos percentuais. Assim, a AD garante perto de 22 pontos percentuais de vantagem sobre o partido populista de radical radical, ao passo que o PS fica 10 pontos à frente do partido de André Ventura. Por outro lado, a AD fica praticamente 12 pontos percentuais à frente do PS. Já o Livre ultrapassa a IL.

Há seis meses, a coligação liderada por Luís Montenegro venceu as eleições legislativas com 31,21% dos votos. Agora — e depois de o partido que lidera, o PSD, também ter ganhado as autárquicas —, a mais recente sondagem indica que conseguiria uma vitória reforçada. Com mil entrevistas realizadas entre 5 e 14 de Novembro, o estudo de opinião regista 38,5% das intenções de voto na coligação PSD/CDS. Também o PS de José Luís Carneiro recolhe mais intenções de voto, com uma subida de 3,5 pontos percentuais face aos 22,83% dos votos recolhidos a 18 de Maio para se fixar nos 26,4%.

Já o Chega, que actualmente é o partido da oposição com mais deputados no Parlamento (60), regista uma queda acentuada e assistiria, previsivelmente, a uma diminuição do seu grupo parlamentar. Do resultado obtido nas últimas legislativas (22,76%), as intenções de voto naquele partido são agora de 16,7% — uma queda de 6,06 pontos percentuais que se traduz numa vantagem da AD de 21,8 pontos percentuais (mais de metade do resultado obtido em Maio, de 8,45 pontos percentuais de diferença). É o partido liderado por André Ventura que mais desce face às últimas eleições.

Já a Iniciativa Liberal (IL), que ficou em quarto lugar, mantém os 5,36% dos votos de obtidos a 18 de Maio, mas é ultrapassada pelo Livre, que cresce mais de 1,5 pontos, de 4,07% dos votos para 5,7% das intenções de voto. No último congresso do Livre, o co-porta-voz do partido, Rui Tavares, destacou ter a ambição de “morder as canelas ao Chega e ultrapassá-los”.

Além do Chega, à esquerda também se registam quedas. A CDU (coligação PCP-PEV), que obteve 2,91% dos votos, recua 0,51 pontos percentuais e regista 2,4% das intenções de voto. O PAN cai para 0,9% das intenções de voto (obteve um resultado de 1,38%), mas fica à frente do Bloco de Esquerda (ao contrário do que aconteceu nas legislativas), que cai para 0,7 das intenções de voto . Em Maio, recolheu 1,99% dos votos. Foi, até à data, o pior resultado de sempre.