Chen et al.,

Vista aérea do local da estrutura

Com um diâmetro entre 820 e 900 metros e uma profundidade de 90 metros, é muito maior do que a cratera Macha, na Rússia, com 300 metros, anteriormente a maior estrutura de impacto holocénica conhecida.

Aninhada numa encosta na província de Guangdong, perto da cidade de Zhaoqing, a cratera Jinlin conseguiu esconder-se à vista desarmada até que, no mês passado, num estudo publicado na Matter and Radiaton at Extremes, investigadores a identificaram como uma cratera de impacto.

Existem apenas cerca de 200 deste tipo de estruturas confirmadas em todo o mundo, tornando cada descoberta cientificamente valiosa. Mas esta, em particular, destaca-se pelo seu tamanho excecional e juventude.

Segundo o estudo, a cratera formou-se durante o período Holocénico, quando a última idade do gelo terminou há cerca de 11.700 anos.

Com base em medições da erosão do solo nas proximidades, os investigadores estimam que foi escavada algures entre o início e o meio do Holocénico.

Com um diâmetro entre 820 e 900 metros e uma profundidade de 90 metros, é muito maior do que a cratera Macha, na Rússia, com 300 metros, anteriormente a maior estrutura de impacto holocénica conhecida.

Como escreve a Universe Today, encontrar uma cratera tão massiva e bem preservada é surpreendente, dado o clima da região.

A província de Guangdong enfrenta chuvas intensas e elevada humidade — precisamente as condições que aceleram a erosão e que deveriam ter obliterado há muito qualquer cratera visível.

No entanto, a cratera Jinlin permanece notavelmente intacta, preservada dentro de espessas camadas de granito meteorizado que protegeram a sua estrutura dos elementos.

A prova que confirma a sua origem extraterrestre está nos detalhes. Dentro do granito, os investigadores encontraram numerosos fragmentos de quartzo que exibem características de deformação planar — características microscópicas que servem como impressões digitais geológicas de eventos de impacto.

“Na Terra, a formação de características de deformação planar no quartzo ocorre apenas pelas ondas de choque intensas geradas por impactos de corpos celestes”, explicou, à Universe Today, Ming Chen, líder do estudo do Centre for High Pressure Science and Technology Advanced Research, em Xangai.

Nenhuma erupção vulcânica, sismo ou movimento tectónico cria ondas de choque tão intensas e focadas. Apenas a colisão hiperveloz de um objeto extraterrestre produz estas assinaturas reveladoras.

Os investigadores determinaram que o impactor foi um meteorito e não um cometa, já que um cometa teria escavado uma cratera com pelo menos 10 quilómetros de largura.


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