O jovem continua, insistindo no facto do grupo estar a “desvirtuar a mensagem de Cristo em toda a sua verdade”, acusando-os de estar “vendidos ao Diabo por 30 moedas”.
Já o dominicano Francisco Javier Rodríguez, responde, citando as palavras do Papa Francisco sobre a integração de todos na Igreja Católica. Esta resposta desencadeou um debate sobre a doutrina do pontífice, visto que o jovem respondeu, clarificando que “o Papa disse perfeitamente que a homossexualidade não é um delito mas é um pecado”, insistindo na “irresponsabilidade” do clérigo, que permite que “continuem no seu pecado e não se convertam”. Ao longo da discussão, onde se vê o jovem claramente frustrado e de pé na igreja, chegando até a levantar a voz e a apontar dedos, Francisco Rodríguez limitou-se várias vezes a responder com “shh”, indicando ao jovem que baixasse o tom de voz.
Quando um dos participantes da congregação lhe disse que ia denunciá-lo por “crime de ódio”, o jovem respondeu que lhe era “indiferente”.
Na carta que a Orate enviou à Santa Sé e à Arquidiocese, foi solicitada uma investigação sobre o assunto da jornada LGBTQI+, para que sejam tomadas as medidas apropriadas.
Ao ABC Sevilha, o frade nega que a sua igreja se tenha recusado a celebrar a missa pelos falangistas. Explica que “se a igreja pertence a todos, pertence-lhes também. Não podemos recusar”, esclarecendo que foram informados de que a missa seria realizada sem manifestações políticas, apenas o serviço religioso. Mas Domínguez ressalva que, ao verem os anúncios de que a missa faria parte de uma homenagem fascista, decidiram não participar: “Não queríamos tornar-nos outra coisa nem alimentar fantasmas”.
Várias associações, nomeadamente a Nuestra Memória (Nossa Memória) e a Federação Andaluza da Memória Democrática fizeram pedidos à Câmara Municipal e à Arquidiocese para que cancelassem este evento de celebração pelos membros da Falange mortos após terem sido expostos em vários locais em Sevilha cartazes que chamavam a atenção para a “celebração de um evento que constitui uma exaltação do Franquismo, proibida pelas leis nacionais e regionais”, segundo o El País.
Sobre os LGBTQ+ que estavam na Igreja, o sacerdote avança que se trata do grupo Ichtys, que se reúne mensalmente em Santa Maria la Real para o encontro da “Terra Acolhedora”, desde que o Arcebispo Asenjo, que ficou “agradavelmente surpreso” ao conhecer o grupo, lhes concedeu a sua bênção há vários anos. Francisco Javier Domínguez afirma que não esperava a polémica levantada e que gostaria de permanecer completamente alheio ao conflito com Orate.
A arquidiocese não quis fazer uma declaração oficial sobre o assunto, indicando que a única informação que possui sobre os acontecimentos é aquela que foi compartilhada nas redes sociais.
Texto editado por Dulce Neto