A Secção Regional da Madeira da Ordem dos Arquitectos marcou presença no 17.º Congresso Nacional dos Arquitectos, que decorreu entre 13 e 15 de novembro, na cidade de Évora. A presidente, Susana Neves, integrou a 1.ª sessão sectorial, dedicada ao tema “Habitar – crise demográfica e guerras”, onde desempenhou funções de secretária. Já a vice-presidente, Isabel Dória, participou como relatora na 5.ª sessão sectorial, subordinada a “Qualidade do Território – alterações climáticas, água e urbanismo resiliente”.

O Congresso incluiu três moções de orientação propostas pelo Conselho Diretivo Nacional — “Essência, Desafios e Compromisso”, “Por uma efectiva Política Nacional de Arquitetura e Paisagem (Moção PNAP 2025–2030)” e “Uma Visão Essencial para o Futuro da Profissão: Do fim da obrigação do estágio rumo ao Desenvolvimento Profissional Contínuo (CPD)” — todas aprovadas por maioria.

Foram ainda apresentadas três recomendações: “Inteligência ambiental na Arquitetura. Para uma prática mais sustentável”, proposta por Ricardo Camacho; “Avaliação da situação da Ordem dos Arquitectos”, apresentada por Patrícia Robalo; e “Por uma arquitetura do conforto – Um problema complexo: a crise habitacional”, da autoria de Rodolfo Machado. O programa integrou também uma mesa-redonda sobre Inteligência Essencial, uma sessão plenária, sete sessões sectoriais e cinco conferências internacionais com Carlos Bañón, Rosanna Atena & Marco Sardella, Rosa Rull, Patricia Cupeiro López e Sara Nunes.

O encontro reforçou a importância da arquitetura num contexto marcado por desafios transversais como a crise habitacional, a emergência climática e o impacto crescente da inteligência artificial. Sob o mote “Inteligência Essencial”, o congresso desafiou a profissão a refletir sobre o seu papel na sociedade, promovendo uma prática mais técnica, ética, sensível e coletiva, capaz de responder a urgências contemporâneas.

Foram igualmente destacados temas como a dignidade do viver, a justiça territorial, a qualidade ambiental e a ligação entre formação e prática profissional. A arquitetura portuguesa foi apontada como referência internacional, enquanto se sublinhou a necessidade de uma abordagem colaborativa entre áreas como engenharia, urbanismo, arquitetura paisagística, ciências sociais e geografia. O congresso concluiu defendendo que pensar com inteligência essencial é hoje um ato transformador, político e profundamente humano.