A central sindical vai entregar, ao final da manhã desta quinta-feira, o pré-aviso de greve geral no Ministério do Trabalho. Paralisação que une duas centrais sindicais: UGT e CGTP. A última vez que aconteceu foi em 2013, na altura da Troika.

A CGTP, que já entregou o pré-aviso na segunda-feira e garantiu que, ainda assim, mantém disponibilidade para negociar depois disso.

Esta greve surge em resposta às alterações que o Governo quer fazer à Lei Laboral.

“A UGT vai continuar a dialogar e vai continuar a negociar”, disse o líder da UGT, Mário Mourão, em declarações aos jornalistas na quarta-feira, à entrada da reunião bilateral com a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

Após o anúncio da greve geral, o Ministério do Trabalho entregou à UGT uma nova proposta, com algumas alterações ao anteprojeto apresentado em julho, mas que a central sindical diz ser “muito pouco” para desconvocar a paralisação.

No documento, o Governo cede em matérias como a simplificação dos despedimentos em médias empresas ou a redução do número de horas de formação obrigatórias nas microempresas, abre a porta à reposição dos três dias de férias ligados à assiduidade abolidos na ‘troika’, entre outras, mas mantém algumas medidas bastantes criticadas pelas centrais sindicais, como regresso do banco de horas individual ou a revogação da norma que prevê restrições ao ‘outsourcing’ em caso de despedimento.

Na quarta-feira, a ministra do Trabalho disse que ia dar mais tempo à UGT para analisar a nova proposta do Governo de alteração à lei laboral, enquanto o secretário-geral da central aplaudiu a “maior abertura” do executivo.

“A UGT pediu mais tempo para analisar o anteprojeto [de reforma à legislação laboral] e para analisar as propostas de alteração ao mesmo que tínhamos avançado na última reunião”, afirmou ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, em declarações aos jornalistas, após uma reunião bilateral com a UGT.

E dada “a importância deste dossier” e pelo facto de esta central sindical ser “um parceiro muito forte”, o executivo “concederá à UGT o tempo suficiente para fazer essa análise”, acrescentou a governante.