Foi uma estreia para o príncipe Carl Johann de Nassau e uma oportunidade que nem o seu tio, o grão-duque Henri, quis perder: de meados de setembro até ao final de outubro, o filho mais novo do príncipe Jean do Luxemburgo estreou-se como pintor, no clube privado Cercle Munster, na capital do país.

Na inauguração da exposição, a 18 de setembro, tal como mostram as fotografias que circularam na internet, estiveram não só o pai do príncipe, Jean, a mãe, Hélène Vestur, assim como pelo menos dois dos seus três irmãos, a princesa Marie-Gabrielle, 39 anos, e o príncipe Wenceslas, 35, para admirar as cerca de meia centena de aguarelas expostas. Também o seu tio, o grão-duque Henri, marcou presença.

Durante a sua curta estadia no Grão-Ducado, o príncipe de 33 anos concedeu à revista francesa Point de Vue uma visão sobre a sua vida enquanto artista. Para essa ocasião, sentou-se com a equipa editorial no bairro do Grund, junto às margens do rio Alzette, para pintar uma aguarela.

No artigo, publicado na edição de 12 de novembro, o príncipe Carl Johann revela que o seu amor pela arte nasceu ainda na infância, em Paris, cidade onde cresceu. “Visitar museus e contemplar as obras de arte tocou-me profundamente. Senti coisas que só surgiam em mim apenas ao vê-las. Eu queria perceber como os mestres pintavam”, confessa.

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Amor de pai falou mais alto

Contudo, só muito mais tarde se tornou no artista que é hoje, o que aconteceu por causa da sua frustração, como admite na entrevista à Point de Vue. Depois de falhar um desenho da Ponte Vecchio, em Florença, prometeu a si próprio que não deixaria a cidade antes de aprender a desenhar numa academia adequada.

A formação durou cerca de três anos. Um período em que não se dedicou apenas à arte, mas também ao amor: em Florença, para onde se mudou depois de concluir os estudos no Reino Unido, de um ano sabático na América do Sul e de uma experiência profissional em Xangai, conheceu a sua atual esposa, Ivana.

Casou em 1994 e vive agora em Bali, com a mulher indonésia e os seus dois filhos pequenos: o Xander, de 4 anos, e a Amadea, de três. Foram eles, também, o motivo pelo qual não ficou mais uns dias no Luxemburgo para assistir à tomada de posse do primo Guillaume, a 3 de outubro — pois, do outro lado do mundo, as crianças pediam a presença do pai.

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O príncipe também teve de se habituar à ideia de ver as suas obras expostas pela primeira vez. Segundo a Point de Vue, o momento representou “um verdadeiro desafio para este homem modesto”. Durante dez anos, manteve-se afastado da esfera pública e passou os dias sozinho a pintar. Agora, pela primeira vez, todos os olhares estavam voltados para ele, observou o membro da família grã-ducal.

(Artigo publicado originalmente no Luxemburger Wort, traduzido com recurso a inteligência artificial e adaptado para o Contacto por Sofia Cristino.)