O International Airlines Group (IAG) afirmou ter apresentado uma declaração de interesse em adquirir uma participação na companhia aérea portuguesa TAP, no âmbito do plano de privatização parcial do Governo, mas salientou que algumas questões têm de ser resolvidas antes de estar disposta a investir. A IAG é uma empresa holding formada em 2011 como resultado da fusão das companhias aéreas da British Airways e Iberia.

“A IAG confirma que apresentou uma declaração de interesse à Parpública, em conformidade com o processo do Governo para a privatização parcial da TAP”, disse um porta-voz da IAG esta sexta-feira, citado pela agência Reuters.

“No entanto, vários termos precisam de ser definidos antes de a IAG poder propor um investimento”, esclareceu.

Considerando que “a TAP terá um potencial significativo dentro do IAG”, o grupo defende que o seu “modelo descentralizado proporciona margens líderes no setor e está em consonância com a ambição do Governo português de proteger a TAP”.

“O nosso historial demonstra como investimos para fortalecer as nossas companhias aéreas, beneficiando clientes, funcionários, economias locais e acionistas”, sustenta. A alemã Lufthansa também aunciou na quinta-feira ter manifestado interesse numa participação minoritária, enquanto a Air France-KLM é também uma das interessadas.


O Governo prevê alienar até 44,9% do capital da transportadora aérea, reservando 5% para os trabalhadores, conforme estipulado pela Lei das Privatizações. Caso esta tranche não seja totalmente subscrita, o futuro comprador terá direito de preferência.


A partir de 22 de novembro, a Parpública, empresa que gere as participações do Estado, tem um prazo de 20 dias (até 12 de dezembro) para entregar ao Governo um relatório que descreve os interessados que manifestaram interesse e que avalia o cumprimento dos requisitos de participação. 

No prazo de 20 dias contados da data da disponibilização do relatório, os interessados que tenham demonstrado o cumprimento dos requisitos são convidados a apresentar uma proposta não vinculativa.

Esta segunda fase do processo, que será dividido em quatro etapas, prevê que a proposta inclua, entre outros, o preço oferecido para a aquisição das ações e a informação sobre a forma de obtenção dos meios financeiros necessários para concretizar a compra.

Podem apresentar candidaturas operadores nacionais ou estrangeiros, individualmente ou em consórcio, desde que cumpram os critérios definidos, incluindo receitas superiores a 5.000 milhões de euros em pelo menos um dos últimos três anos e experiência comprovada no setor da aviação.

As propostas serão avaliadas também pelo reforço da frota, investimento em manutenção e engenharia, aposta em combustíveis sustentáveis, respeito pelos compromissos laborais e visão quanto a um eventual reforço da posição acionista, de acordo com o caderno de encargos publicado recentemente.

Como o Governo anunciou em julho, a privatização da TAP – que inclui também a Portugália, a Unidade de Cuidados de Saúde TAP, a Cateringpor e a SPdH (ex-Groundforce) – deverá decorrer ao longo de cerca de um ano, embora o calendário final dependa de autorizações regulatórias.


c/Lusa