O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse esta sexta-feira que a Ucrânia está confrontada com a possibilidade de perder a dignidade ou arriscar a perda de um parceiro essencial, enquanto avalia a forma de responder à proposta de paz dos Estados Unidos para acabar a guerra iniciada com a invasão massiva da Rússia.
A pressão da Casa Branca tem aumentado: Donald Trump quer ver a Ucrânia a aceitar o plano até ao Dia de Ação de Graças, 27 de novembro.
“Este é um dos momentos mais difíceis da nossa história”, disse Zelensky num vídeo em que se dirigiu ao país. “Neste momento, a pressão sobre a Ucrânia é muito forte. A Ucrânia enfrenta uma escolha muito difícil: ou perde a dignidade, ou arrisca-se a perder um parceiro-chave.”
A administração norte-americana ameaça retirar todo o tipo de apoio à Ucrânia, a nível de serviços secretos e de armamento, caso o acordo não seja assinado até à próxima semana.
A Ucrânia vai “trabalhar calmamente com os Estados Unidos e todos os parceiros”, afirmou Zelensky, garantindo que abordará o assunto de forma construtiva.
O Presidente da Ucrânia falou antes pelo telefone com líderes da Alemanha, França e Reino Unido, que lhe asseguraram a continuação do apoio, enquanto responsáveis europeus pareceram confusos na resposta aos 28 pontos da proposta de paz norte-americana, que aparentemente os apanharam desprevenidos.
O plano dos Estados Unidos contém muitas das exigências de sempre do Presidente russo, Vladimir Putin, incluindo concessões territoriais, enquanto oferecem garantias limitadas de segurança na Ucrânia. A proposta da Casa Branca prevê um “pacto de não agressão” entre Rússia, Ucrânia e Europa, e a divisão de Kherson e Zaporijia na atual linha da frente. À luz do plano, Kiev deverá também ceder as regiões de Donetsk e Lugansk, no leste do país, à Rússia.
Estas duas regiões, reivindicadas por Moscovo, e a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, seriam “reconhecidas de facto como russas, incluindo pelos Estados Unidos”.
Outra das exigências é a redução das Forças Armadas ucranianas para metade, passando para 600 mil efetivos.