A China lançou ontem, na Zâmbia, um projeto de 1,2 mil milhões de euros para modernizar uma ferrovia de 1.860 quilómetros, permitindo aumentar o transporte de carga para 2,4 milhões de toneladas por ano.
As obras da ‘Tazara’ (Tanznia-Zambia Railway, em inglês), entre Kapiri Mposhi, na Zâmbia, e Dar es Salaam, na Tanzânia, devem durar cerca de três anos e incluir a construção de pontes e túneis, bem como o fornecimento de novos materiais para o projeto, adianta a agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP), que cita um porta-voz da Corporação Chinesa de Caminhos-de-Ferro.
O projeto vai facilitar as exportações do segundo maior produtor de cobre da África para leste, através da Tanzânia até ao Oceano Índico, e deverá também fazer com que os volumes de carga cheguem às 2,4 milhões de toneladas por ano, acrescentou o responsável chinês.
A empresa chinesa irá gerir a linha, já construída na década de 1970 pela China, durante os próximos 28 anos, antes de a gestão ser transferida para a Zâmbia e a Tanzânia.
O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, assistiu à cerimónia de lançamento da primeira pedra na Zâmbia, onde o Presidente Hakainde Hichilema saudou este investimento.
“Não vemos a Tazara como uma simples linha ferroviária, mas sim como um corredor económico”, afirmou Hichilema, citado pela AFP.
Esta modernização surge num momento em que A União Europeia, os Estados Unidos e outros parceiros ocidentais apoiam outro importante corredor ferroviário em África, o Corredor do Lobito, para ligar a Zâmbia e a sua vizinha República Democrática do Congo (RDCongo), o maior produtor de cobre africano, ao porto angolano de Lobito, no Oceano Atlântico.
Principal credora da Zâmbia e acionista do seu setor mineiro, e o principal parceiro comercial de África, a China procura explorar os recursos naturais do continente, nomeadamente o cobre, o ouro, o lítio e as terras raras, essenciais para a transição energética.