O PS de Valença revelou hoje que vão ser realizadas eleições intercalares para a junta de freguesia de Cerdal, acusando PSD e Chega de bloqueio na instalação dos órgãos autárquicos.



“Face ao bloqueio e à inexistência de mecanismos legais que permitam ultrapassar este tipo de impasse, o PS e o presidente de junta eleito [do PS] consideram que a única solução democrática, transparente e justa é devolver a palavra aos fregueses através da convocação de eleições intercalares”, afirma, em comunicado, o PS de Valença.

Para os socialistas, “a atitude do PSD e do Chega, orientada pela lógica da obstrução e pela vontade de instrumentalizar o impasse, retirou qualquer viabilidade a uma solução negociada”.

Nas eleições de 12 de outubro, o PS venceu as eleições para a Assembleia de Freguesia de Cerdal com 47,97% dos votos, elegendo quatro elementos.

O PSD obteve 29,42% dos votos, elegendo três elementos e o Chega alcançou 19,51% dos votos, pelo que elegeu dois.

Na nota de imprensa, o PS acusa PSD e Chega de terem formado, “antes mesmo das eleições, uma coligação negativa que teve como único propósito bloquear a instalação dos órgãos e criar um impasse político artificial”.

A atuação, dizem, “serviu apenas os interesses político-partidários de duas forças que foram amplamente derrotadas nas urnas e que identificaram, na ausência de maioria do PS, uma oportunidade para assegurar a sua própria sobrevivência política no concelho”.

O PS revela que, após as eleições, “o PS iniciou os primeiros contactos com o PSD, a segunda força mais votada, apresentando uma proposta equilibrada e aberta para a composição dos órgãos”.

“Seguiram-se várias reuniões e tentativas de contacto com ambas as forças – PSD e Chega -, sempre com total disponibilidade por parte do PS para construir soluções estáveis e representativas”, acrescentam os socialistas.

O PS refere também que “foram apresentadas diversas propostas de composição dos órgãos, contemplando a possibilidade de inclusão de eleitos do PSD ou do Chega no executivo da junta freguesia ou na mesa da Assembleia de Freguesia, sem sucesso”.

“Apesar disso, após várias ausências de resposta e mudanças de posição, foram apresentadas, pela oposição, contrapropostas absolutamente inviáveis, não correspondentes com os resultados eleitorais”, lamentam os socialistas.

Em causa esteve, por exemplo, “uma proposta de composição tripartida do executivo da junta e de liderança da mesa da Assembleia de Freguesia pelo partido menos votado, o Chega”.

“Ainda assim, em resposta, o PS apresentou uma outra proposta que considerava a inclusão de um elemento do PSD no executivo e elementos do Chega como secretários da mesa da Assembleia de Freguesia”, dizem.

Na véspera da Assembleia de Freguesia de quarta-feira, “tornou-se evidente que PSD e Chega pretendiam impor uma solução previamente combinada entre ambos, contrária às propostas discutidas e incompatível com a vontade expressa pelos fregueses no ato eleitoral”.

“Esta sucessão de comportamentos inviabilizou qualquer acordo sério e responsável”, conclui o PS.