Matilde Fieschi
Neste episódio do 45 Graus, José Maria Pimentel parte de uma pergunta desafiante: como é que ideologias que proclamam igualdade e justiça social, como o Comunismo, acabam repetidamente em regimes autoritários? A extrema-esquerda e a extrema-direita convergem no desfecho totalitário, mas chegam lá por caminhos e intenções que parecem opostas. É esse paradoxo que motiva a conversa com Zita Seabra, figura central da política portuguesa do pós-25 de Abril.
Rui Duarte Silva
Matilde Fieschi
Vasco Lourenço, fotografado pelo Expresso em julho, foi o primeiro a assinar o documento
Nuno Botelho
Zita Seabra entrou para o PCP aos 15 anos, em plena ditadura, e viveu por dentro momentos-chave: o fim do Estado Novo, o 25 de Abril, o PREC e o início da democracia. Manteve-se no partido durante mais de duas décadas, num percurso invulgar tanto pela longevidade como pela escolha, após a rutura, de transitar não para a esquerda democrática, como era habitual, mas para a direita, filiando-se no PSD. O seu relato em “Foi Assim” tornou essa saída particularmente marcante.
Matilde Fieschi
Ao longo da conversa, discute-se o que levava tantos jovens a aderir ao PCP num país pobre, desigual e censurado; até que ponto os militantes conheciam (ou queriam conhecer) os crimes dos regimes comunistas; e como surgem, amadurecem e finalmente rompem as dúvidas ideológicas. É uma reflexão sobre crença, identidade política e sobre o difícil processo de abandonar uma visão do mundo cultivada durante vinte anos.
Tiago Pereira Santos
O 45 Graus é um podcast para saber mais e pensar criticamente. José Maria Pimentel – economista, professor universitário e curioso por natureza – conversa sobre os grandes temas (e não só) com especialistas e pessoas cujas ideias vale a pena ouvir. São conversas sem pressa, às vezes profundas, mas sempre descontraídas. Novos episódios a cada duas semanas, sempre à quarta-feira.