Um engenheiro de 45 anos e a mulher, de 35, deixaram as crianças apenas com cereais, comida no congelador e sem acesso a um contacto telefónico. O caso abalou toda uma nação
Este caso chocou os Estados Unidos nos anos 90: duas meninas de Chicago, Nicole Schoo, de nove anos, e a irmã Diana, de quatro , foram encontradas sozinhas em casa depois de os pais as terem deixado para seguirem numa viagem de nove dias ao México na época do Natal. A história foi relatada na época em vários meios, fez capa na revista People, publicação que agora recupera a história.
Uma vizinha das crianças, Connie Stadelmann, contou que as meninas bateram à sua porta dizendo que o alarme de incêndio estava a tocar. O episódio ocorreu a 21 de dezembro de 1992, dois anos após a estreia do filme “Sozinho em Casa”. Mas, ao contrário da película protagonizada por Macaulay Culkin, essa situação nada tinha de cómica, como recorda a revista norte-americana.
Os pais das meninas, David Schoo, então com 45 anos, engenheiro, e Sharon Schoo, 35, mãe a tempo inteiro, tinham deixado o lar um dia antes para uma viagem de férias ao México, instruindo as filhas a fazerem tudo sozinhas. As crianças não tinham ama e não tinham acesso a um telefone de emergência. Foram deixadas apenas com algumas refeições congeladas, cereais e um bilhete com instruções sobre horários de alimentação e de dormir.
Segundo relatos, este não era o primeiro episódio de abandono: as meninas já tinham sido deixadas sozinhas durante quatro dias no verão anterior, enquanto os pais viajavam para Massachusetts.
Após chegarem à casa da família, os bombeiros e polícia não encontraram nenhum sinal de incêndio. Ao perceberem a ausência de adultos na casa, as autoridades iniciaram uma investigação. As meninas foram levadas para a avó materna e depois para um abrigo temporário, enquanto os pais eram localizados. O casal só seria localizado a 28 de dezembro num controlo fronteiriço no aeroporto de Houston, no regresso a casa.
O casal foi acusado por dois crimes graves de abandono de menores e crueldade contra crianças, além de uma acusação de negligência infantil. O caso rapidamente ganhou repercussão nacional, mas um acordo evitou o julgamento. Foram condenados a dois anos de liberdade condicional.
Segundo a People, David Schoo tinha-se formado em Ciências Farmacêuticas pela Universidade de Illinois em 1970, mas entregou a licença oito anos depois, depois de admitir ter roubado cerca de 1.900 comprimidos de Valium de elevada dosagem de uma farmácia. Depois disso, tornou-se engenheiro. Sharon, por sua vez, foi descrita pelo pai como sendo demasiado reservada.