Destino Aventura é a rubrica em que A BOLA dá a conhecer jogadores e treinadores espalhados pelos cantos mais remotos do mundo.
Na terceira época ao serviço Oleksandriya, da Ucrânia, Miguel Campos continua a seguir o campeonato português e, em especial, o seu Sporting. Apesar de admitir que quer continuar a jogar no estrangeiro, o defesa confessou a A BOLA que não esquece o sonho de jogar pelo emblema de Alvalade e já tem os olhos no tricampeonato. Natural de Fermentelos, no concelho de Águeda, falou, ainda, sobre o momento em que marcou um hat trick, na temporada passada, a experência de jogar nas competições europeias e ter sido treinado por uma lenda do futebol croata.
– Objetivos para o futuro? Continuar fora de Portugal?
– Fora de Portugal, quase de certeza. Quero continuar fora porque me sinto mais valorizado, ganho mais do que em Portugal. Quero construir família e estar mais desafogado quando regressar. Acredito que não fique muito tempo na Ucrânia, porque aqui é mais complicado para criar família, comunicação difícil, por causa da língua, especialmente, por estarmos numa vila.
– E o sonho de jogar na Liga… e no Sporting?
– O meu sonho de jogar no Sporting mantém-se. Sempre tive esse sonho, até jogava de borla, mas depende do coletivo e da minha performance. Na época passada, via-me a fazer a mudança para um grande, porque fiz uma grande temporada e ficámos em segundo. Este ano, estamos a lutar para não descer. Posso sonhar, mas percebo que vai ser mais complicado.

Miguel Campos fez 29 jogos e marcou cinco golos, em 2024/25. Foto: Instagram
– Achas que aquele hat trick ao Karpaty, na época passada, chamou atenções?
– Chamou, sobretudo entre amigos, mas foi inesperado. No final do jogo, comecei-me a rir e pedi a bola. Vai ser um momento que vou guardar. Foi um recorde, acho que há muitos anos que um defesa não marcava hat trick. Estou na história [risos].
– Acreditas no tricampeonato?
– Acredito, mas o FC Porto está muito forte. Mas acredito. Se ganhámos ao Marselha, conseguimos ganhar ao FC Porto. Nós, sportinguistas, estávamos habituados ao Ruben Amorim. Agora, as coisas são um pouco diferentes. O Rui Borges gosta de jogar num sistema, quando chegou, a equipa jogava noutro. Teve de mudar um pouco e agora é que a equipa se está a acostumar à maneira dele. É um processo, vão se encaixando até à ideia começar a fluir.
– Fizeste a estreia em competições europeias esta época, frente o Partizan, na Liga Conferência. Como foi?
– Foi um momento de orgulho, apesar de algum desalento porque esperava passar essa fase, não aconteceu. Mas é um marco importante na carreira, que gostava de repetir. Talvez não nas competições europeias, mas nas asiáticas…
– Quando estavas no Rude, da Croácia, foste treinado por uma lenda do futebol croata, Robert Prosinecki, como era ele a treinar?
– Ele levou muito o estilo que tinha como jogador, no Real Madrid e Barcelona. Gostava muito dos joguinhos com posse e momentos com bola. Era fascinado por isso. Mas acho que interpretou mal, porque não tínhamos equipa para isso. No início, criámos impacto, pelo estilo de jogo, mas, depois de perder alguns jogos, perdeu-se a fé no treinador e na ideia.

Robert Prosinecki brilhou ao serviço de Real Madrid, Barcelona e Croácia, na década de 90. Foto: IMAGO
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