A NASA confirmou o sucesso do primeiro voo do seu avião experimental X-59, a peça central da missão Quesst (Quiet SuperSonic Technology). A aeronave supersónica, desenvolvida em parceria com a Lockheed Martin, descolou das instalações da Skunk Works em Palmdale, Califórnia, para um teste de 67 minutos, que validou a aeronavegabilidade dos seus sistemas fundamentais.
Não perca nenhuma notícia importante da atualidade de tecnologia e acompanhe tudo em tek.sapo.pt
O voo foi um marco histórico para a agência espacial norte-americana, sendo o primeiro “X-plane” (avião experimental) pilotado e construído especificamente pela NASA em mais de duas décadas.
Embora o X-59 tenha sido desenhado para voar a Mach 1.4 (cerca de 1.488 km/h), este primeiro teste foi realizado a velocidades subsónicas. Com o piloto de testes Nils Larson aos comandos, a aeronave atingiu uma altitude máxima de 12.000 pés (aproximadamente 3.600 metros) e uma velocidade de 370 km/h.
Veja o vídeo
“O voo correu como planeado”, confirmou a agência espacial, explicando que o trem de aterragem permaneceu em baixo durante toda a viagem por motivos de segurança, uma prática comum em voos inaugurais. O voo de teste serviu para verificar os sistemas de voo e o desempenho geral antes de o avião ser levado para o Armstrong Flight Research Center, onde começará a fase intensiva de testes.
Recordamos que o grande trunfo do X-59 reside no seu design peculiar, que incluí um nariz extremamente longo e pontiagudo e uma fuselagem desenhada para minimizar o impacto das ondas de choque. O objetivo é transformar o violento “boom” sónico, que atualmente proíbe voos comerciais supersónicos sobre terra, num estalido quase inaudível, comparável ao fechar da porta de um carro.
Para atingir este perfil aerodinâmico, a NASA teve de abdicar da janela frontal do cockpit. Em vez disso, o piloto Nils Larson utilizou o eXternal Vision System (XVS), um sistema de câmaras e ecrãs de alta definição que substitui a visão direta, uma das inovações tecnológicas mais críticas do projeto.
Clique nas imagens para ver com mais detalhe
A equipa prepara-se agora para iniciar a fase de testes exaustivos, como aumentar progressivamente a velocidade e a altitude até aos objetivos de cruzeiro, atingir as 925 milhas (Mach 1.4) a 55.000 pés de altitude. De seguida virá a fase mais aguardada da missão Quesst, sobrevoar sobre várias comunidades nos Estados Unidos para recolher dados reais sobre a perceção humana do ruído gerado pela aeronave.
“O X-59 vai sair e voar pelo país”, afirmou Brad Flick, diretor do centro NASA Armstrong. Os dados recolhidos serão essenciais para tentar convencer os reguladores de aviação internacionais a reverem as proibições de voo supersónico comercial sobre terra, abrindo potencialmente as portas a viagens aéreas de passageiros muito mais rápidas no futuro.
Assine a newsletter do TEK Notícias e receba todos os dias as principais notícias de tecnologia na sua caixa de correio.