Um colombiano sexagenário que integrava uma quadrilha internacional relacionada com o assalto frustrado a uma ourivesaria, em Ponte de Lima, há um ano, foi detido pela Polícia Judiciária de Braga, encontrando-se já com prisão preventiva, em Braga.



O suspeito, de 61 anos de idade, residia algures em Espanha, mas deslocar-se-ia habitualmente a Portugal, para praticar furtos em ourivesarias, suspeitando-se que a quadrilha também teria apetência para furtos em moradias, em localidades portuguesas.

A quadrilha, liderada por sul-americanos, integra dezenas de assaltantes, distribuídos por núcleos, atuando no Sul da Europa, integrando igualmente indivíduos da América Central, uns como “estudiosos” dos locais a furtar e outros como operacionais.

Depois de concentrarem as suas casas de recuo em Espanha, onde assaltaram muitas ourivesarias, deslocaram-se para Portugal, numa altura em que sentiam apertar-se o cerco da Guardia Civil e da Polícia Nacional, à medida que desferiam os seus golpes.

A quadrilha sul-americana dispõe já de núcleos de vigilância, constituídos por pessoas mais velhas, que “estudam” os locais a assaltar, as caraterísticas, o modo de funcionamento e pontos fracos, para furtos rápidos e eficientes, como em Ponte de Lima.

Numa fase seguinte, atuam núcleos operacionais, entre três e cinco homens, mais jovens, que furtam peças mais valiosas, em especial ouro, joias e relógios, colocando-se em fuga, evitando ao máximo os contactos com os lesados ou utilizarem violência.

O assalto frustrado em Ponte de Lima

Mas o princípio do fim de um dos grupos mais ativos em Portugal foi já há um ano, num assalto frustrado, no centro de Ponte de Lima, a 30 de outubro de 2024, cujo julgamento começou em 13 de novembro, no Palácio da Justiça de Viana do Castelo.

Para já estão a ser julgados, lado a lado, um jovem costa-riquenho, que foi o único detido em flagrante delito, depois de baleado pelo proprietário do estabelecimento comercial, que poer essa mesma razão se senta agora com ele no mesmo banco dos réus.   

Na ocasião, o proprietário da Ourivesaria João Sousa Gama, na Rua da Abadia, em Ponte de Lima, baleou um dos assaltantes, tendo o comerciante, João de Sousa da Gama, de 82 anos, sido também detido pela PJ de Braga, mas ficando logo em liberdade.

Um dos três suspeitos, John Anderson Vargas Celis, que fugia já com as peças furtadas, foi atingido no braço esquerdo, com tiros de espingarda caçadeira, tendo sido detido, ao mesmo tempo que recuperaram as peças acabadas de furtar da ourivesaria.

Face aos ferimentos, o assaltante, de 23 anos, costa-riquenho, foi operado de emergência e ficou preso preventivamente, tendo sido submetido a intervenção cirúrgica para anastomose da artéria umeral, no Hospital de Santa Luzia, em Viana do Castelo e passado ao Hospital Central de Braga, onde teve intervenção cirúrgica, para reconstrução do cotovelo, antes de ir para Caxias.

Entretanto, a Polícia Judiciária de Braga deteve um casal de colombianos de meia idade, também em prisão preventiva, desde 17 de abril de 2025, permitiu ir desmembrando a estrutura em Portugal da quadrilha sul-americana, esclarecendo outros furtos.