A equipe médica de Jair Bolsonaro (PL) fala em um quadro de “confusão mental e alucinações” para descrever o episódio em que o ex-presidente tentou mexer na tornozeleira eletrônica e atribui isso à interação medicamentosa.

De acordo com os médicos, o uso da Pregalabina foi suspenso imediatamente e Bolsonaro está clinicamente bem. O episódio, que o ex-presidente classificou na sua audiência de custódia como momento de paranoia, levou à decretação da sua prisão preventiva na véspera.

A informação dos médicos consta em boletim médico assinado pelos médicos Cláudio Birolini e Leandro Echenique, que estiveram pela manhã com o ex-presidente na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde Bolsonaro está preso preventivamente.

“Na noite de sexta-feira, dia 21 de novembro, o ex-presidente apresentou quadro de confusão mental e alucinações, possivelmente induzido pelo uso do medicamento Pregabalina, receitado por outra médica, com objetivo de otimizar o tratamento, porém sem conhecimento ou consentimento dessa equipe”, disse o relatório assinado pelos médicos.

“Esse medicamento apresenta importante interação com os medicamentos que ele [Bolsonaro] utiliza regularmente para tratamento de crises de soluços (Clorpromazina e Gabapentina) e tem como reconhecidos efeitos colaterais a alteração do estado mental com a possibilidade de confusão mental, desorientação, coordenação anormal, sedação, transtorno de equilíbrio, alucinações e transtornos cognitivos”, diz ainda o texto.

De acordo com os médicos, o remédio foi suspenso e não há sintomas residuais até o momento.

Bolsonaro foi preso preventivamente neste sábado (22) pela PF por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), sob a justificativa de risco de fuga e ameaça à ordem pública.