Portugal continental prepara-se para o regresso do mau tempo a partir deste domingo, com chuva forte, vento moderado a intenso e instabilidade crescente em várias regiões. A mudança abrupta chega depois de dias marcados por frio seco, geadas e céu limpo, mas a aproximação de um ciclone atlântico deverá alterar de forma significativa o estado do tempo.
De acordo com o Meteored, site especializado em meteorologia, a depressão que se formou a oeste das Ilhas Britânicas transporta um sistema frontal extenso, alimentado por ar quente e húmido de latitudes subtropicais, que começará a influenciar o território já nas próximas horas.
A presença deste ciclone atlântico, combinada com a transição de massas de ar, vai colocar sobretudo o Norte e o Centro sob um regime de precipitação persistente, podendo mesmo ocorrer episódios de chuva localmente forte e rajadas mais intensas à medida que as frentes se deslocarem de noroeste para sudeste.
Regresso da precipitação e fim do período seco
Segundo o Meteored, o cenário estável dos últimos dias resulta de uma massa de ar polar marítima que entrou no país no final da semana, deixando as temperaturas entre 4 e 6 graus abaixo do normal para novembro. O Nordeste Transmontano e a Beira Alta foram as regiões mais afetadas, com mínimas negativas entre Bragança, Guarda, Alfândega da Fé e Figueira de Castelo Rodrigo.
Essa estabilidade, porém, termina este domingo. A primeira frente associada ao ciclone atlântico deverá aproximar-se ainda durante a madrugada e espalhar precipitação sobretudo pelo Minho, Douro Litoral e litoral Centro. As primeiras horas do dia serão marcadas por chuva fraca a moderada, ganhando intensidade ao longo da tarde.
Duas frentes e um rio atmosférico: combinação que agrava o mau tempo
A instabilidade reforça-se no final do dia com a aproximação de uma segunda frente, também gerada pelo vale depressionário a oeste do Golfo da Biscaia. Segundo a mesma fonte, esta frente transporta ar mais quente e húmido, abrindo caminho à entrada de um rio atmosférico que irá potenciar a precipitação já na segunda-feira.
O vento manter-se-á fraco durante o domingo, mas com tendência para rodar para sudoeste, sinal de que o núcleo depressionário está a aproximar-se. Nas terras altas, as rajadas poderão já atingir os 40 km/h.
Segunda-feira será o dia mais adverso
As previsões do Meteored indicam que a segunda-feira será o ponto mais crítico deste episódio meteorológico. A interação entre o ar frio transportado pelo ciclone atlântico e o corredor de ar quente do rio atmosférico criará condições para chuva forte, vento intenso e maior instabilidade em quase todo o território.
As rajadas nas regiões montanhosas do Norte e do Centro poderão chegar aos 75 km/h. A precipitação deverá ser persistente e, em alguns locais, pontualmente forte, com especial incidência nos distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto e Aveiro. Zonas voltadas a barlavento, como o Gerês, a Serra da Freita ou o Caramulo, poderão ultrapassar 50 mm acumulados até ao final do dia.
Litoral Norte e Centro serão as regiões mais afetadas
A segunda-feira deixará um padrão claro: maior impacto a norte e menor intensidade a sul do Tejo. O sistema montanhoso Montejunto-Estrela deverá enfraquecer a frente ao atravessar o território, limitando a precipitação no Alentejo e no Algarve. Ainda assim, prevê-se chuva moderada em algumas áreas do litoral alentejano.
Apesar do cenário adverso, o episódio deverá perder força na terça-feira, com uma descida gradual da intensidade da chuva e um novo período de acalmia atmosférica.
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