O presidente turco Recep Tayyip Erdogan disse este domingo que vai conversar na segunda-feira com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, dias depois de os Estados Unidos terem apresentado um plano muito criticado para acabar com a guerra na Ucrânia.

“Amanhã [segunda-feira], conversarei por telefone com o senhor Putin”, disse hoje Erdogan durante uma conferência de imprensa na cimeira dos líderes do G20, em Joanesburgo, na África do Sul. “Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para abrir caminho para a paz”, acrescentou o líder turco.

O presidente norte-americano, Donald Trump, deu à Ucrânia um prazo até 27 de novembro, próxima quinta-feira, para aprovar o plano destinado a pôr fim ao conflito que dura há quase quatro anos.

Erdogan assegurou que a Turquia não poupará esforços para tentar negociar o fim do conflito.

“Tantas pessoas morreram. Vou discutir com Putin as medidas que podemos tomar para impedir essas mortes. Após essas discussões, acredito que terei a oportunidade de discutir os resultados com os nossos parceiros europeus, Trump e outros amigos”, acrescentou.

Novo esforço diplomático de Ancara

Em 19 de novembro, Erdogan recebeu em Ancara o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para discussões durante as quais exortou ambas as partes [Ucrânia e Rússia] a regressarem à mesa das negociações em Istambul, onde tinham realizado três rondas de negociações no início deste ano.

Zelensky declarou que se deslocaria a Ancara para tentar reativar o envolvimento dos Estados Unidos nos esforços diplomáticos destinados a pôr fim à invasão russa, afirmando que desejava reativar as negociações de paz.

No entanto, o enviado do presidente Trump, Steve Witkoff, não participou nas discussões na Turquia e Zelensky saiu da reunião com poucos resultados.

Alguns dias depois, foram divulgados os detalhes do plano de 28 pontos de Donald Trump para pôr fim ao conflito, que apanhou Kiev e seus aliados europeus de surpresa, pois obrigaria a Ucrânia a ceder territórios, reduzir seu exército e prometer nunca aderir à NATO.

As negociações anteriores em Istambul, entre maio e julho, resultaram apenas em trocas de prisioneiros em grande escala.