O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, inicia este domingo uma visita oficial a Angola, marcada pela preparação da 7.ª Cimeira União Europeia–União Africana (UE-UA), que arranca amanhã em Luanda. A deslocação prolonga-se até segunda-feira, coincidindo com o arranque do encontro multilateral que junta os 27 Estados-membros da União Europeia e os 55 países da União Africana.

De acordo com a informação oficial, a presença de Montenegro em Luanda decorre “por ocasião da Cimeira União Europeia–União Africana”, um encontro considerado estratégico para ambas as regiões e que este ano assinala os 25 anos de parceria UE-UA. O encontro é particularmente simbólico para o país anfitrião, uma vez que Angola assume atualmente a presidência rotativa da União Africana.

A cimeira, que se prolonga até 25 de novembro, será copresidida pelo presidente angolano, João Lourenço, e pelo presidente do Conselho Europeu, António Costa, marcando a primeira grande reunião multilateral em que Costa participa desde que assumiu funções em Bruxelas. A União Europeia estará igualmente representada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Segundo a agenda divulgada pelo Conselho Europeu, disponível em consilium.europa.eu, os líderes vão concentrar-se no reforço da cooperação em áreas consideradas estruturais: paz e segurança, integração económica, comércio, multilateralismo, transição verde, digitalização, migração, mobilidade e desenvolvimento humano.

Para o Governo português, a presença de Montenegro antes da abertura formal dos trabalhos serve também para sublinhar o peso das relações bilaterais com Angola, país que continua a ser um dos principais parceiros estratégicos de Lisboa no continente africano.

O encontro ocorre num contexto internacional particularmente exigente, marcado por tensões geopolíticas, pressões migratórias, necessidade de diversificação energética e debates sobre modelos de desenvolvimento sustentável. A presidência angolana da UA acrescenta relevância diplomática ao evento, posicionando Luanda como plataforma de diálogo entre África e a Europa.