Menino terá tentado denunciar as agressões de que era alvo, mas caso terá sido desvalorizado pela docente, segundo relata a mãe. Agressão aconteceu cinco dias depois de Nívia ter alertado a educadora para a situação, tendo esta indicado que falaria com os menores.

Adriano Machado
Nívia Estevam, mãe do menino de nove anos que teve as pontas dos dedos amputados dentro da escola em Portugal, no concelho de Cinfães, distrito de Viseu, acusa a professora de não ter dado ouvidos ao filho quando este denunciou agressões.
Em entrevista ao Fantástico, da Globo, a mulher afirma que o filho era alvo de bullying por parte de, pelo menos, dois colegas. A criança queixou-se de que havia um menino a dizer que ele não sabia falar português e que as agressões eram para “aprender a falar português direito”. O menor tinha relatado ainda que sofria puxões de cabelo e pontapés.
Quando o menino denunciava os abusos à professora, acusa Nívia Estevam, esta desvalorizava e dizia: “não seja mentiroso, você tem de ser um menino bom.”
Perante as queixas do filho, a mãe, preocupada, falou com a professora indicando que não toleraria “nenhum tipo de agressão”. Isto depois de ter tido a primeira prova física das agressões, no passado dia 5 de novembro, quando o menino chegou em casa com o pescoço roxo.
A educadora garantiu que falaria com as crianças, mas, cinco dias depois, aconteceu a agressão que culminou na amputação dos dedos da criança.
A professora encarou a situação como uma “brincadeira”, de acordo com a mãe, escrevendo-lhe a seguinte mensagem: “Foi um incidente que podia ter acontecido com qualquer menino e ninguém teve intenção de magoar o José. Estavam brincando”, escreveu a professora à mãe.”
A Inspeção-Geral da Educação abriu um processo para averiguar as circunstâncias em que um aluno da escola de Fonte Coberta, em Cinfães, Viseu, perdeu as pontas de dois dedos. A escola alega que a criança se magoou sozinha.